Com os dias mais pequenos, agora, e com a chuva e a humidade a tornarem-se quase constantes nas nossas voltas, é fundamental preparar a bicicleta para o inverno, pois esta é uma época particularmente exigente…

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Por isso, não há dúvida de que vale a pena investir tempo e dinheiro em processos de manutenção rigorosos e que deixem a nossa “companheira” mais em forma do que nós próprios!

Aqui ficam então alguns tópicos a que devemos dar atenção quando chega esta altura do frio, da chuva e das voltas à noite.

Começa com uma limpeza à séria…

O primeiro passo deve ser sempre lavar a bicicleta. Utiliza água, uma esponja suave e sabão neutro (idealmente um produto próprio para bicicletas). Estas lavagens removem lama, pó, gordura antiga e resíduos de estrada que se acumulam mesmo em passeios curtos.

Ao enxaguar, evita o uso de jatos de alta pressão. A força da água pode empurrar sujidade para dentro de rolamentos ou zonas críticas da suspensão, criando problemas difíceis de resolver.

Depois da lavagem, seca cuidadosamente o quadro, os aros, a transmissão, os pedais e os restantes componentes metálicos com um pano de microfibras. Deixar a bicicleta secar ao ar livre, ainda húmida, é praticamente um convite à ferrugem.

Transmissão e lubrificação: a prioridade!

Corrente, cassete, pratos e desviadores sofrem particularmente com chuva, lama e sal. Por isso, após a limpeza:

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  • Usa um desengordurante apropriado para remover qualquer vestígio de lubrificante velho, lama ou detritos presos nas elos da corrente e na cassete.
  • Enxagua e seca bem antes de aplicar lubrificante. No inverno, o ideal é optar por um óleo mais forte, pensado para condições húmidas: resiste melhor à água e cria uma camada protetora que reduz o risco de oxidação.
  • Depois de aplicares o lubrificante, roda os pedais para distribuires bem o óleo por toda a corrente e depois limpa o excesso com um pano limpo. Isto evita que se acumulem resíduos que atraiam mais sujidade.

A humidade e a lama podem interferir no desempenho dos travões e danificar a suspensão, sobretudo se partículas finas de terra se alojarem nos retentores.

Travões, suspensão e outros pontos de revisão

  • Verifica sempre o estado das pastilhas de travão: se estiverem gastas ou contaminadas com óleo ou lama, a eficiência da travagem cai drasticamente.
  • Nunca lubrifiques discos ou pastilhas, o lubrificante vai prejudicar a eficiência da travagem.

Pneus e pressão

No inverno, o piso tende a ficar mais escorregadio e imprevisível. Por isso, convém repensar pneus e pressão:

  • Considera pneus com perfil mais largo ou com mais borracha lateral, especialmente se pedalas em pisos lamacentos ou em gravilha. A maior superfície de contacto ajuda a manter aderência.
  • Reduz ligeiramente a pressão dos pneus, só um pouco para aumentar o atrito no piso molhado. Mas atenção: não abuses, para não comprometer a resistência a furos ou o conforto.
  • Se optares por meter os pneus e as rodas em tubeless, é uma boa altura para verificar o selante. A humidade e o frio só reforçam a importância de uma vedação eficaz.

Depois da volta: os cuidados que fazem a diferença

Cada volta em piso molhado ou enlameado deve acabar com uma manutenção rápida e idealmente logo que entres em casa. Esta “limpeza pós-volta” pode evitar muitos problemas no futuro.

  • Retira o máximo de lama e detritos que conseguires com um pano ou escova.
  • Se possível, enxagua. Evita mangueiras de pressão; se for a tua única opção, mantém uma boa distância e baixa pressão.
  • Seca bem todas as partes metálicas. Como a humidade acelera a corrosão, não deixes a bicicleta a secar ao ar livre.
  • Depois da secagem, reaplica lubrificante na corrente e cabos se necessário.

Se usares a bicicleta com menos frequência durante o inverno, garante que a guardas num local seco e arejado. Nunca ao relento, onde a humidade possa condensar nos componentes.

Quando devemos considerar uma revisão profissional?

Apesar de muitos cuidados poderem ser feitos em casa, há situações em que vale a pena recorrer a uma oficina especializada:

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  • Se os travões estiverem em mau estado ou com comportamento irregular, especialmente travões hidráulicos.
  • Se a suspensão começar a fazer ruídos ou apresentar folgas. Partículas de lama acumuladas nos retentores podem danificar o mecanismo gravemente.
  • Quando existirem sinais de corrosão em componentes estruturais (eixo, espigão, pedaleiro, quadro), mesmo que pequenos.

Crédito das imagens:
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