O prometido é devido: aqui está a 2ª parte do teste à elétrica urbana Canyon Precede:ON CF8 (a 1ª parte foi publicada ontem…). E neste caso falamos de ambiente offroad para caracterizar o tipo de volta e terrenos em que andámos com a bicicleta.

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Foram estradões de ligação entre localidades, caminhos florestais e até um ou outro trilho um pouco mais acidentado, alguns deles até são dos que normalmente percorremos com bicicletas de BTT e gravel.

Ao fundo deste artigo está tudo aquilo que já mencionámos sobre o equipamento, a estética e os pontos fortes da bicicleta, especialmente o seu comportamento em espaços e contextos urbanos.

Agora, o objetivo é explanar e transmitir as sensações que tivemos a andar em caminhos menos “convencionais”, num tipo de utilização que permite efetivamente alargar os “horizontes” da utilidade desta Canyon no dia a dia e na solução de necessidades de diferentes tipos de utilizador.

Secções interurbanas

O que mais nos agrada na bicicleta é a sua versatilidade e capacidade de andar em diversos momentos: dentro da cidade, entre localidades, em caminhos de ligação e estradas que não estão assim tão bem asfaltadas, por exemplo. Andar com esta Precede:ON é uma delícia, seja onde for.

O motor Bosch Performance Line CX é a base de tudo: se num dia estamos menos fortes e com menos vontade de aplicar esforço na deslocação, eis que a assistência à pedalada tem aqui força suficiente para nos levar ao destino com sucesso e sem grande dificuldade.

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Por outro lado, a capacidade da bateria é suficiente, à partida. Já encontrámos mais do que 500 Wh em vários modelos, mas, dadas as características deste modelo, cremos que estamos perante energia suficiente para percorrer 90 a 95 km sem problemas. E sem “puxar” muito pelo motor.

Em “cenários” fora de estrada, há ainda um elemento que se torna ainda mais fundamental, que é o conjunto de luzes instalado nesta canyon. A intensidade da luminosidade é tão apurada que seremos bem avistados durante o dia e ainda melhor iluminados à noite. Deslocações em estradas um pouco mais escuras salvaguardas, caso seja necessário usá-las.

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Mais um ponto atrativo: o sistema anti-roubo que entra em ação quando removemos o display e que assim impede que a bicicleta seja ativada em condições normais. Na cidade, eventualmente, prender a bicicleta a um poste será importante, usando para tal um cadeado.

Mas em povoações mais pequenas talvez não seja necessário chegar a tanto, pelo que este sistema de segurança será suficiente para desencorajar quem possa estar interessado em levar a bicicleta sem autorização do respetivo dono. Não será preciso andar com um cadeado atrás…

Por outro lado, o controlo e o manuseio da Precede:ON são fantásticos. Bom contacto dos pneus com o piso, curvas feitas em segurança e de forma intuitiva, travagem adequada.

Falámos na 1ª parte do facto de os cranques serem demasiado compridos e por vezes tocarem o asfalto nas curvas… Em estradões e caminhos do género, este problema não surge, regressa depois quando deixamos o caminho offroad e voltamos ao citadino.

Regresso a casa ‘offroad’

Andámos muito em estrada de alcatrão e bastante em caminhos de terra, também. E tivemos grandes sensações em ambos os momentos, sendo que até acabamos por ter vontade de andar mais em estradas menos movimentadas, pois a bicicleta porta-se bem aí e sempre evitamos o excesso de carros.

Neste sentido, a Canyon Precede:ON mostra um comportamente igualmente apurado também nos caminhos offrodas. Não se trata de uma bicicleta de BTT, claro, mas é rápida na terra e os pneus acabam por amortecer um pouco as vibrações que vêm do terreno.

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Não há suspensões no quadro, pelo que “abusar” dos caminhos atribulados pode causar algum cansaço no corpo, um pouco como acontece com algumas bicicletas de gravel, por exemplo.

Mas não pensemos neste tipo de bicicleta para fazer singletracks a alta velocidade, atenção! A direção é demasiado nervosa para tal, é preciso calma se andarmos neste tipo de caminho. Até porque os travões são bruscos e pouco progressivos, o que pode fazer com que os pneus derrapem.

E será que podemos “arriscar” fazer uma viagem grande com esta bicicleta? A resposta é sim. Isto porque esta canyon está preparada para rolar rápido em asfalto, ciclovias, estradas secundárias em mau estado… Podemos olhar para ela como algo equivalente a uma gravel elétrica e um pouco mais cómoda que o habitual.

Como a bateria é amovível, podemos levá-la connosco para um quarto de hotel onde fiquemos algumas noites durante uma biketrip, para recarga. Contudo, na parte da bagagem, há limitações. Temos a grade traseira e de resto não há assim muitas formas de instalar bolsas e elementos adicionais de montagem. Nem alforges é possível instalar.

A nossa avaliação…

Agora, cumpridos todos os tipos de teste a esta Canyon, cremos que estamos em condições de afirmar que esta é uma das bicicletas mais completas neste segmento de mercado. Não é perfeita, mas está lá quase…

Bem acabada e com qualidade a todos os níveis; preço ajustado (talvez um pouco elevado demais no mercado português…; estética inovadora e que agrada à maior parte das pessoas a quem pedimos opinião.

A palavra chave é versatilidade. É mais versátil que a maior parte das bicicletas com que andamos normalmente, pois dá para muito mais, no fundo. E está pronta para substituir o automóvel ou a moto em muitas situações do dia a dia, sendo motivo de orgulho quando saímos da garagem com ela!

O que mais nos agrada…

  • A estética em geral e todos os acabamentos do quadro, bastante “futurista”. E o peso, no fundo.
  • O motor bastante competente e com os quadro modos de assistências á pedalada habituais (além do Walk Assist).
  • O Display Kiox, com muita informação e com um sistema anti-roubo muito interessante. Já o conhecíamos de outras elétricas urbanas, na verdade.
  • A luz LED da frente Supernova Mini 2 Pro: muita potência e dois modos de intensidade adequados.
  • O preço, se o compararmos com o que muitas marcas concorrências apresentam neste segmento.

A melhorar…

  • O comprimento dos cranks, que facilmente atingem o solo, especialmente em transições na cidade com obstáculos e nos terrenos mais offroad.
  • O selim, que nos parece que podia ser melhor pelo preço. Não convence, mas também é algo que trocamos facilmente por um a nossa gosto.

Ficha técnica da Canyon Precede:ON CF8 2022:

Quadro: Fibra de carbono CF // Transmissão: Shimano XT 12x (prato FSA 44d; cassete Deore 10-51d // Motor/bateria: Bosch Performance Line CX 85Nm e Powertube 500 Wh // Travões: Canyon GP0164/TRP // Rodas: AlexRims MD25 // Pneus: Schwalbe G-One Around 29 x 2,25” // Guiador: Canyon CP002 640 mm // Selim: Selle Royal Essenza // Peso: 21,5 kg (verificado com pedais instalados) // Precio: 4.249 euros

Site oficial:

Todas as fotos (clica/toca para aumentar):

Neste teste:

  • Texto: José Escotto
  • Fotos e vídeo: Samuel Escotto
  • Rider em ação: José Escotto

Também vais querer ler…

Teste GoRide.pt: Canyon Precede:ON CF8 2022 – Parte I [ambiente urbano]


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