Sepp Kuss vai vencer a Volta a Espanha. Kuss que foi tantas vezes decisivo em êxitos passados e recentes da Jumbo-Visma e de Jonas Vingegaard e Primoz Roglic.

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Kuss é bravo, leal, simpático e humilde. Kuss foi gregário tornado líder da melhor equipa do Mundo. Kuss impôs-se (e impuseram-no) aos dois melhores corredores na competição, companheiros de equipa.

Kuss conquistou os fãs e a Jumbo-Visma viu-se forçada a ordenar aos seus líderes que não desapossassem o norte-americano da camisola vermelha. Kuss esteve sempre disponível (nem que fosse para o experior) a ceder a liderança. Enfim, Kuss merece vencer a Vuelta 2023.

Uma grande volta em que se fez história, com a Jumbo-Visma a concretizar inédito triplete vitorioso Giro-Tour-Vuelta, em que o ganhador foi surpreendente, mas uma corrida que não deixa saudades. Não por culpa a formação neerlandesa, por total responsabilidade das adversárias, sem exceção, que ficaram, sem exceção a anos-luz…

Nem os espetáculos proporcionados por Remco Evenepoel, com enorme mérito do jovem talentoso belga, compensaram o fiasco da oposição ao comboio amarelo, ainda mais imparável, irresistível e avassalador nas estradas espanholas do que em quaisquer outras das grandes voltas.

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Desde logo, a UAE Emirates de Juan Ayuso e João Almeida. Muito poucochinho. O português começou discreto, mas consistente, ao seu estilo, e parecia estar a melhorar para as duas semanas finais, mas adoeceu e perdeu todas as aspirações a um lugar de destaque – que seria entre os cinco primeiros.

Após o dia mau no Tourmalet, o mesmo em que Evenepoel se afundou a uma profundidade ainda maior do que o português, este não conseguiu reerguer-se competitivamente como o belga, que na etapa seguinte estava ao ataque em fuga e venceu – na altura a segunda de três tiradas que leva de Espanha.

João Almeida preferiu manter-se em luta pela geral, pelo top-10… Uma opção (dele ou da equipa, nãos e sabe) discutível, uma vez que o ‘nosso’ corredor, que com tanta distinção subiu ao pódio no Giro em maio último, passou ao lado desta Vuelta.

Na Emirates, a aposta na dupla ibérica foi semifracasso, ainda que o muito jovem espanhol Ayuso tenha acabado com o mérito (não despiciente) de ser o melhor dos outros, dos não-Jumbo.

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De qualquer modo, a tarefa hercúlea de bater a toda a poderosa equipa neerlandesa impunha medidas drásticas, mesmo que imprevistas e de última hora – a chamada de Tadej Pogacar. É verdade que o esloveno saiu do Tour derrotado, na estrada e animicamente, que precisava de se reabilitar (e foi o que fez, com umas merecidas férias), mas depois de Vingegaard ter anunciado, para desagrado de Roglic, que estaria na Vuelta, e que Sepp Kuss também lá estaria, passou a quase obrigatório ao vencedor do Tour de 2020 e 2021 responder a esse repto (ainda que não direto) do seu sucessor.

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Fotos Vuelta Twitter, Jumbo-Visma Twitter  

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