João Almeida dificilmente poderia ter começado melhor o ataque à vermelha. Melhor, só se não tivesse batido nenhum dos rivais: e foi pelo mais ameaçador: Primoz Roglic.

Brandon McNulty é um extraordinário corredor, versátil, mas acima de tudo rolador excecional, e em contrarrelógio, quando está nos seus dias, bate até os especialistas. Não é por acaso que é campeão do seu país, os Estados Unidos, e foi precisamente, por ter estado naquelas jornadas de grande ímpeto, que o tímido corredor da UAE Emirates venceu a primeira etapa da Vuelta, que se realizou no sábado entre Lisboa (Mosteiro de Jerónimos) e Oeiras (Praia da Torre).

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Houve surpresa quando McNulty se impôs-se ao então líder, ainda mais improvável do que ele, o checo Mathias Vacek (Lidl-Trek), que acabara de destronar um rei de longo reinado neste contrarrelógio, o italiano Adoardo Affini (Visma-LAB), que estava há mais de duas horas sentado no trono.

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Mas ainda não se davam como fechadas as contas do primeiro lugar – e da primeira camisola vermelha desta Vuelta. Faltava terminar o derradeiro corredor na estrada, Wout van Aert (Visma-LAB), que vinha de fazer o tempo mais rápido no ponto intermédio dos 12 quilómetros do percurso na Marginal.

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No entanto, o belga não foi capaz de superar o norte-americano e quedou-se pela terceira posição, a três segundos. Van Aert não se pode dar por totalmente insatisfeito com a operação, já que este domingo poderá chegar à liderança da geral, se vencer ou ficar até ao terceiro lugar na etapa que liga Cascais a Ourém, com final propício aos velocistas com ‘punch’, porque a poucos quilómetros do final dos 194 totais, há a passagem pelo Alto da Batalha, que poderá atrasar os sprinters puros.

Quanto à luta entre candidatos à geral, João Almeida dificilmente poderia ter começado melhor o ataque à vermelha. Melhor, só se não tivesse batido nenhum dos rivais: e foi, provavelmente pelo mais ameaçador: Primoz Roglic (Red Bull-Bora), sobre quem deixou de haver dúvidas de que está em muito boa forma e recuperado da lesão grave causada pela queda no Tour.

Pelo menos, a rolar. Resta saber como o esloveno se sairá nas primeiras abordagens montanhosas, porque é aí que as paragens nos treinos mais se refletem no desempenho – vide Jonas Vingeggard no Tour 2024.

Crédito da imagem: LaVuelta Twitter – https://x.com/lavuelta/status/1824926424827850753/photo/3

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