A chuva instalou-se. Pelo menos até Março vamos ter de “aguentar” umas belas chuvadas, e bem nos momentos em que normalmente queremos ir fazer BTT… Com isto chega a lama, naturalmente. Então, o que é preciso para bem preparar a BTT para a lama e para o rigor do Inverno? Porque parar está fora de questão!

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De acordo com o que normalmente fazemos para ter a bicicleta sempre “em forma” nos meses mais adversos em termos de condições metereológicas, deixamos aqui algumas dicas e/ou conselhos práticos. E divididos em dois grandes momentos: o que fazer antes de sair para andar, e o que fazer ao chegarmos a casa.

É que em cada um destes momentos há coisas que podemos fazer para preparar a BTT e deixá-la pronta para a ação, seja agora, seja na próxima vez que sairmos. E atenção: não se trata de desmontar componentes e fazer uma revisão completa! São simplesmente pontos que podemos verificar visualmente e nos quais podemos aplicar algumas ações de manutenção e/ou prevenção.

O que fazer antes da volta?

Aqui há vários pontos que podemos verificar, uns deles apenas uma vez antes do Inverno começar e outros deles sempre que estivermos prestes a sair.

1. Escolher bem os pneus

Tens aos pneus mais adequados? Se andas em trilhos especialmente lamacentos, tens de escolher bem o par. Dá preferência a pneus de Inverno nesta altura, com tacos lateriais mais pronunciados e mais tração.

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Por outro lado, e principalmente se andas em locais com pedras, podes reduzir um pouco a pressão dos pneus, pois conseguirás ainda um pouco mais de tração. Mas não exageres!

2. Lubricar bem a transmissão

É preciso ter a corrente bem lubrificada com um lubrificante próprio para o Inverno, para a chuva, para a lama. Porque caso contrário terás sempre de lidar com aquela camada de lama que forma uma pasta em toda a transmissão…

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Passa um dedo na corrente: se ficar ligeiramente sujo de lubrificante, é porque não é preciso mais, contudo. Não te esqueças de verificar todos os pontos da transmissão, para ver se estão devidamente lubrificados. E a altura certa para lubrificar é após a lavagem (espera até que tudo esteja bem seco).

3. Verificar os pedais

Tenta perceber se há partes dos pedais a apresentarem oxidação no metal. Lubrifica levemente todas as partes não fixas dos pedais, por assim dizer. E verifica igualmente os excaixes nos sapatos…

4. Verificar os parafusos

Isto não é algo que se faça apenas no Inverno, deve ser feito sempre. Nunca é de mais ir verificando de vez em quando se todos os parafusos da bicicleta (componentes, periféricos…) estão apertados na medida certa.

Procura especialmente por parafusos que apresentem oxidação, também, pois isos é sinal de que precisam de ser substituídos (e de que podem ser mais complicados de remover, quando necessário).

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O que fazer no regresso a casa?

Estes pequenos passos de manutenção não têm de ser executados logo quando chegas a casa, pois é natural que estejas cansado e a precisar de um duche. Mas não deixes este trabalho para o dia seguinte!

5. Lavar a bicicleta

Em primeir lugar deves proceder à limpeza da bicicleta. Há quem a lave (à mão ou à pressão), há quem a limpe apenas. Aqui não interferimos, cada BTTista tem o seu método e “fórmula” certa de agir.

Mas lembra-te de alguns pontos importantes:

  • A lama sai melhor quando ainda está húmida, não deixes secar!
  • Os produtos de limpeza devem ser próprios para lavagem de bicicletas e o mais neutros possível.
  • Não esfregues: partículas de lama e pedras pequenas podem riscar o quadro.
  • Seca tudo no final, para impedir que alguma parte metálica oxide…

6. Dar atenção aos travões

Objetivo: impedir que fiquem partículas de terra, lama ou pedras entre as pastilhas e os discos. Existem produtos próprios para este tipo de limpeza.

Verifica também se o comportamento das manetes continua eficaz e na dose certa de pressão para ativar a travagem. Isto porque quando há água e lama a mais nos trilhos é possível que os travões oscilem em termos de performance.

7. Limpar a transmissão

Todos os componentes da transmissão têm uma tendência natural e enorme para acumular terra e lama. Aqui, há três ações importantes:

  • Limpar todos os componentes, livrá-los da lama, da água, da terra.
  • Lubrificar. Como deves fazê-lo com a bicicleta seca, espera algum tempo. Podes até lubrificar antes da próxima volta, mas cuidado para não deixares oxidar seja o que for…
  • Verifica os espaços entre os componentes da transmissão e os eixos da roda, ou outros elementos. Tudo o que for espaço onde se possam alojar detritos.

8. Limpar as suspensões

Muito importante: limpa bem e livra de detritos todos os retentores e outros elementos das suspensões, dos amortecedores. É que as partículas de terra e areia são “inimigas” totais destes elementos.

Se tens na bicicleta um espigão telescópico, podes fazer o mesmo com o respetivo sistema de subir e baixar este componente.

9. Verificar os pivots da suspensão traseira

Estes pontos do sistema de suspensão total podem também acumular partículas prejudiciais ao bom funcionamento do amortecimento. E isto dá origem a ruídos indesejados, ao mesmo tempo que ajudam a que os componentes e o próprio quadro se vão deteriorando.

Nesta tarefa podes usar uma escova macia e pequena (uma escova de dentes, por exemplo) para remover tudo o que for possível.

10. Verificar as baterias

Há bicicletas com bateria para o sistema elétrico de assistência à pedalada (e-bikes) e com bateria na transmissão. Estas baterias podem ver a sua capacidade e performance afetadas com o frio, com a chuva, com a lama. Cada caso é um caso, por isso cada utilizador perceberá como as suas baterias se comportam nestas condições.

Seja como for, é bom recarregar tudo antes de arrancar para mais uma volta. Ou pelo menos irmos verificar com antecedência como estão as luzes indicativas do estado da bateria.

Se não vais utilizar a bicicleta durante algum tempo, remove as baterias e guarda-as num local seco e com uma temperatura ligeiramente superior à temperatura ambiente. Ou onde não faça frio.

Verifica sempre que possível os pontos de ligação das baterias para verificares se não estão por lá alojados detritos que possam influenciar o encaixe e também o funcionamento de cada unidade.

11. Outros pontos

Direção, cranques, pedaleiro, espigão, selim… Faz parte de um conjunto de boas práticas olharmos para todas as partes da bicicleta sempre que chegamos de mais uma daquelas voltas carregadas de lama e chuva…

 

Os eixos das rodas também merecem atenção redobrada, sendo que estes e outros pontos podem ser protegidos com produtos de limpeza próprios. E é certo que existem muitos outros cuidados a ter com a BTT. Como referimos no início do artigo, estes são os cuidados que temos normalmente.

Há decerto quem tenha os seus próprios cuidados e precauções a tomar nestas situações. O que conta é a “saúde” da bicicleta e a sua capacidade para funcionar bem durante o máximo de tempo possível!

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Artigo redigido por José Escotto e editado por Jorge Lopes. Caso detetes algum erro ou tenhas informação adicional que enriqueça este conteúdo, por favor entra em contacto connosco através deste formulário.


Fotografias: Arquivo GoRide

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