Paulo Freitas no Maxxis BIKE Transalp 2021

Se és praticante e conhecedor de BTT, decerto sabes da existência de todas as grandes provas internacionais do género. E se assim é também conheces o Maxxis BIKE Transalp 2021, não? Se nunca ouviste falar deste grande evento de competição de BTT, deixamos-te um rápido resumo da edição de 2021, que aconteceu de 4 a 10 de julho passados.

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O Transalp tem lugar nos Alpes, no coração da Europa, e este ano foram sete etapas que começaram em Nauders, na Áustria, e terminaram em Riva del Garda, em Itália. Basicamente, foram 577 kms de puro BTT e exatamente 10.875 metros de D+ acumulado no total!

Entre os 1.000 participantes da 23ª edição, provenientes de 35 países, figurou Paulo Freitas, o Chief Operating Officer da Polisport Portugal. Tivemos oportunidade de trocar impressões com este destemido ciclista e deixamos aqui, em discurso direto, o relato de toda a experiência na prova, que, segundo o Paulo, “é algo que não dá para explicar”.

GoRide.pt: Paulo, antes de mais, valeu a pena cometer a “loucura” de participar (e terminar!) o Maxxis BIKE Transalp 2021?

Paulo Freitas: Claro que sim! Estou muito feliz com a concretização desde desafio. Trabalhei muito para me preparar, foram muitos dias a acordar às 5h00 da manhã para treinar, muitas privações, muito empenho, muito rigor e muita disciplina.

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Valeu a pena e podem ter a certeza que voltava (e voltarei) a fazer tudo igual. O que vivi naquela semana, o que senti em cada dia que atravessei a meta e o que senti ao concluir o desafio é algo que não dá para explicar. Uma sensação fantástica e que me deixa plenamente realizado!

A prova é tão dura quanto a fama que tem?

Sem dúvida que sim. Este foi sem dúvida o desafio mais exigente que fiz, quer a nível físico, quer a nível mental. Foram sete dias duríssimos. Contudo, a parte mental nesta prova é ainda mais importante que a física, acreditem.

Todos os dias tínhamos subidas longas, uma com mais de 20 km de extensão e outras com mais de 30 kms. São horas seguidas a subir! Só mesmo uma mente muito forte nos faz manter o foco e consegue por o físico a trabalhar.

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Penso que essa é mesmo a minha mais valia para estes desafios: fisicamente sou “fraquinho”, mas a parte mental está sempre em altas. Muito dificilmente quebro a nível mental. Para terem uma ideia, a nessa semana, entre aquecimentos, etapas e idas para hotel, foram mais de 32 horas em cima da bicicleta…

Em que a medida a preparação de uma prova deste género é importante?

A preparação é tão importante quanto o desempenho durante as etapas, eventualmente. Adoro provas de etapas: a preparação a longo prazo, a logística para sete dias de prova, a logística do dia a dia, a gestão do esforço, a gestão de cada etapa, a satisfação de concluir cada tirada e a alegria de concluir o desafio, no final.

Pode dizer-se que já tenho alguma experiência: Titan Desert Marrocos 2017, Portugal MTB Tour 2019, Titan Desert Almeria 2020, Transalp 2021… Todas concluídas com sucesso. Mas acredito que em tudo na vida, quando se fazem as coisas bem feitas e com paixão, a probabilidade de sucesso é elevad. Sem trabalho não há nada!

E ficaste satisfeito com a classificação alcançada?

A classificação neste tipo de aventuras é o menos importante. O meu objetivo era terminar. Por isso, conseguir um 6° lugar na geral Masters foi uma agradável surpresa, foi a cereja no topo do bolo. Nunca imaginei aguentar sete dias de Alpes dentro dos seis primeiros!

Estou mesmo feliz, mas estaria na mesma se tivesse terminado em vigésimo ou trigésimo. É sempre bom ver o resultado de tanto trabalho traduzido em números, não?

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Aqui, aproveito para agradecer a todo o grupo de portugueses presentes no Maxxis BIKE Transalp 2021. Éramos uns 15 e devo um grande obrigado em especial ao Tiago Clamote Lopes e ao Tiago Silva. Vocês sabem o quão importantes foram para mim.