Miguel Ángel López abriu o livro sobre a polémica saída da Movistar, revelando que, mesmo antes do incidente na Vuelta a Espanha, a sua coexistência na formação espanhola sofria de tensões crescentes. O colombiano, todavia, mantém o silêncio sobre os motivos que o levaram a desistir a meio da penúltima etapa da Vuelta, devido a cláusula de confidencialidade que consta no acordo de rescisão de contrato com a Movistar.

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No entanto, ‘Superman’ López elencou uma série de questões que culminaram com essa decisão controversa e levou à separação entre corredor e Movistar, questionando as decisões dos diretores da equipa e referindo-se aos antecessores Nairo Quintana e Mikel Landa sobre tensões que diz ter sofrido pela liderança da formação.

“Renovei o contrato antes do Tour, mas, antes de ir para a Vuelta, algumas coisas estavam a acontecer e havia certos detalhes que fui descobrindo aos poucos”, disse López a vários jornais espanhóis.

“Não ir às Olimpíadas, sair do Tour sem ser por vontade própria e depois a Vuelta…, houve outros momentos de grande tensão com a partilha da liderança. Na Movistar foi sempre assim: Nairo e Landa sofreram-nos e eu também”, declarou o sul-americano.

Sobre os Jogos de Tóquio, López era corredor de reserva da Colômbia, mas abriu-se uma vaga quando Daniel Martínez ficou indisponível para participar na corrida olímpica. No entanto López afirma que Movistar não o deixou viajar para o Japão, e a Colômbia acabou competindo com menos um elemento.

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“Estava pronto para ir, mas a Movistar não quis que fosse, porque disseram que não era compatível com a Vuelta e não fui capaz de argumentar”, disse o colombiano. “Foi uma ordem da equipa, que me magoou”.

López, que venceu a etapa rainha no topo de El Gamoniteiru, estava em terceiro lugar da classificação geral da Vuelta no início da famigerada etapa 19, mas Enric Mas estava um lugar acima. Depois de perder o grupo dos favoritos (em que estava Mas) numa fase da tirada, López tomou a decisão surpreendente de desistir da prova.

“O trabalho dos companheiros foi impecável, e o mesmo vale para o staff – os massagistas, os mecânicos. O que acontece é que a equipa não gere bem as coisas e isso impede que chegue mais alto”, disse López.

Após o acordo mútuo para rescindir o contrato, López regressou à Astana, onde iniciou a sua carreira profissional em 2015 e alcançou o pódio no Giro e na Vuelta. “Vou para um lugar onde sou valorizado e onde as coisas são feitas de forma diferente. Devemos estar onde nos sentimos bem, sem que as pessoas nos privem das coisas, onde todos apoiem e onde haja bom ambiente, sem tensão ou egoísmo”, exprime ‘Superman’ López, que diz que a passagem pela Movistar “serve como experiência de vida”.

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