Em onze participações na Milão-Sanremo, Michael Matthews terminou seis vezes no top-10 e subiu ao pódio três. Em segundo lugar novamente em 2024, o corredor da Jayco AlUla espera vencer o seu primeiro Monumento este ano.

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Em conferência de imprensa, a poucos dias antes da clássica da Primavera, o australiano falou, entre outros assuntos, sobre as suas hipóteses de vitória e do seu amigo Tadej Pogacar. 

Sobre a recente participação na Paris-Nice, afirmou: “Não ganhei no início da época como no ano passado, por isso não foi o arranque de sonho. Mas, tirando isso, tudo correu bem. Terminei Paris-Nice sem ficar doente ou lesionado. Consegui ajudar Max Walscheid nos sprints e Ben O’Connor na classificação geral. Estou em melhor forma do que no ano passado, por isso isso é positivo.” 

‘Se soubesse o que me falta para ganhar, já teria vencido’

Em seguida, Matthews debruçou-se sobre o tema principal deste encontro com os jornalistas, a Milão-Sanremo 2025: “Esta corrida assenta-me muito bem, é muito longa com um final complicado que geralmente termina num sprint restrito. É uma corrida diferente das outras clássicas. No ano passado, perdi por meia roda, o que me deu motivação extra para reconhecer o final e conhecer cada metro, a pensar na edição deste ano. A forma de correr esta corrida mudou muito desde que participei pela primeira vez em 2011. Na altura, era uma corrida para velocistas, agora depende de quem é o favorito. Já vi a corrida de tantas formas, que não consegui prever o que irá acontecer este ano. Se soubesse o que me falta para ganhar, já teria ganho! Acho que no ano passado fiz tudo bem, só fui derrotado pelo corredor mais rápido do mundo. Talvez precise de experimentar algo diferente… Na Paris-Nice não tive oportunidade de me destacar, de me posicionar como favorito, mas tenho confiança em mim e naquilo que sou capaz de fazer.” 

Sobre a edição de 2024… “Vi a chegada várias vezes. Nunca os óculos me caíram daquela maneira! Pensei mesmo que ia ganhar, a 20 metros meta ainda estava na liderança. Quando os meus óculos caíram, tive um momento de distração, um segundo, e foi quando o Philipsen me ultrapassou. Esse resultado foi muito difícil de engolir, sabendo que aos 25 metros estava a ganhar o meu primeiro Monumento. Espero que isso não aconteça este ano e que tenha um sprint sem incidentes”.  

‘Pogacar? É das corridas mais difíceis para ele’

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Questionado sobre o seu amigo Tadej Pogacar, o australiano falou sobre a relação entre ambos, dentro e fora do ciclismo, e permitiu-se dar-lhe alguns conselhos. “Ele é o favorito, mas é provavelmente uma das corridas mais difíceis para ele vencer. Não é tão seletiva como ele gostaria, muitos corredores rápidos estarão lá para discutir a vitória. Se tivesse algo para o aconselhar, acho que é para a sua equipa tornar a corrida o mais difícil possível. Há várias formas de o fazer: Alaphilippe já ganhou após fazer-se a Cipressa sem forçar e depois dando tudo no Poggio. Mas acho que devem tornar a corrida difícil e fazê-lo de longe. Em competição há existe amizade. Mas é muito especial haver este tipo de relação no pelotão, é um desporto que se está a tornar individualista e acho que precisamos de mais amizades assim. 

 Por fim, Matthews falou sobre os objetivos que ainda gostaria de alcançar: “Vencer Milão-Sanremo tem sido um objetivo em toda a minha carreira e chegar tão perto foi difícil de engolir. Mas não vou desistir! Não diria que é o último objetivo da minha carreira, ainda tenho outros como a Volta à Flandres ou a Amstel Gold Race”. 

Crédito da imagem: Jayco ALlula Twitter – Milan Sanremo

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