Gianni Moscon é um corredor impopular no pelotão do WorldTour, e no ‘resto do mundo’ do ciclismo. O italiano, que deixa a Ineos-Grenadiers no final do ano para se transferir para a Astana, tem uma polémica folha de serviço que inclui insultos racistas – ao ciclista francês Kevin Reza – e outras formas de violência, incluindo agressões físicas, que já lhe custaram sanções.

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A antipatia dos adeptos do ciclismo Moscon revelou-se durante o último Paris-Roubaix, em outubro. Quando o italiano esteve em boa posição para vencer o seu primeiro Monumento, encontrando-se em fuga até perto do final da corrida, a rede social Twitter entupiu-se de comentários de desagrado com a possibilidade de êxito do corredor de 27 anos.

Agora, em entrevista ao jornal La Gazzetta dello Sport, Gianni Moscon diz não se incomodar com a rejeição dos fãs do desporto. “Talvez seja natural, devido ao meu passado”, afirmou o rolador da Ineos. “Mas não estou interessado no que as pessoas escrevem sobre mim nas redes sociais”, frisou.

“Não me sinto ofendido. Prefiro sentir-me bem com as pessoas que amo, aquelas que me conhecem como realmente sou. Nas redes sociais, só dou importância às publicações sobre tratores, é por estes que sou apaixonado”, rebateu Moscon, na mesma entrevista.

Moscon, que esteve na Ineos/Sky desde 2016, mas a partir de 1 de janeiro junta-se à Astana Qazaqstan, conta que poucas semanas depois do Paris-Roubaix foi vítima de um problema cardíaco que o levou à mesa de operações.

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“Fui diagnosticado com uma ligação elétrica estranha… uma espécie de curto-circuito”, tentou explicar Moscon. “Fiquei um pouco preocupado, mas quando percebi que não causava risco de vida e soube que poderia continuar a competir, foi um alívio”, e continuou: “Os médicos implantaram-me um gravador sob minha pele para registar tudo o que meu coração faz, para que, da próxima vez que acontecer, saibam como intervir”.

Na Astana, Moscon espera ter mais oportunidades de vencer, ter mais liberdade. “Sinto que é um novo começo. Já trabalhei muito para a equipa nos últimos anos… Dizem-se que querem que eu seja o capitão da equipa nas clássicas”

Sobre a passagem pela Ineos: “Nunca direi que perdi estes últimos anos. Ganhei muita experiência e alguns bons momentos: corri quatro grandes voltas e vencemos em todas. Sei que não ganhei muito, mas este ano diverti-me, e para mim o que passa a contar será a partir de agora. Acho que posso correr ainda mais despreocupado na Astana, e deste modo, creio que estarei mais próximo de atingir melhores resultados”, conclui o italiano.

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