A condenação de Mathieu van der Poel por agressão a duas adolescentes, em setembro, num hotel nos arredores de Sydney, foi anulada esta terça-feira numa audiência de recurso.

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Na noite de 24 de setembro último, Van der Poel foi detido horas antes de disputar, no dia seguinte, a prova de fundo dos Mundiais de Wollongong, devido a alegada agressão a duas adolescentes no hotel onde estava instalado.

Após ter sido libertado, já madrugada, sob caução, o corredor neerlandês declarou-se culpado e foi condenado a pagar duas multas: uma de 1000 e outra de 500 dólares australianos, um total de 1010 euros.

A decisão que foi esta terça-feira anulada por um tribunal de Sydney, revelou o advogado do corredor, Michael Bowe, à cadeia pública de audiovisuais australiana ABC, considerando a decisão “um excelente resultado”.

De acordo com o diário Daily Telegraph, o juiz Ian Bourke entendeu que, apesar de as ações de Van der Poel poderem ter sido “perturbadoras” para as jovens, resultaram “de uma conduta irritante e invasiva” destas, que escalou para “um grau significativo de provocação”.

“Ninguém quer ‘carregar’ uma condenação para o resto da vida. Na minha opinião, a condenação nunca deveria ter sido proferida, algo que foi corroborado pelo tribunal do distrito”, acrescentou o juiz.

Em lugar do pagamento das multas, Van der Poel ficará em liberdade condicional durante 12 meses, durante os quais não deve cometer qualquer infração, detalhou ainda a ABC.

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Uma noite longa em Wollongong

A 25 de setembo, na manhã da corrida dos Mundiais na Austrália, surgia a notícia sobre desacatos durante a noite no hotel em que estava instalado Mathieu van der Poel, envolvendo o corredor e um grupo de jovens.

O ciclista da seleção dos Países Baixos tinha sido detido pelas autoridades policiais, ouvido na esquadra e libertado sob caução horas depois, já em plena madrugada.

Houve uma pequena discussão. Quis deitar-me cedo ontem à noite, mas havia muitos miúdos no corredor do hotel, que não paravam de bater à minha porta. A dada altura, fartei-me. Pedi-lhes, de forma muito simpática, que parassem. Foi então que a polícia foi chamada e me levou”, contou então o corredor neerlandês aos jornalistas.

A polícia da Nova Gales do Sul (Austrália), sem nunca identificar Van der Poel, confirmou à agência France-Presse nesse dia ter detido um homem de 27 anos, acusado de dois casos de “agressão” contra duas adolescentes.

“Pelas 22:40 [locais, menos nove horas em Lisboa] de sábado, um homem esteve envolvido numa altercação verbal com duas adolescentes de 13 e 14 anos num hotel de Brighton-Le-Sands. De acordo com os factos presumidos, ele terá empurrado as duas adolescentes, tendo uma caído ao chão e outra sido projetada contra a parede, o que lhe causou um pequeno arranhão no cotovelo”, informou a polícia em comunicado.

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Na mesma nota, a polícia do estado da costa leste australiana precisava que, na sequência do incidente, a direção do hotel foi “informada” e, “de seguida, a polícia foi chamada”, com “um homem de 27 anos a ser detido pouco depois”, sendo levado para a esquadra de Kogarah, onde foi “acusado por dois casos de agressão”.

Libertado sob caução, Van der Poel, que era um dos grandes candidatos à conquista da camisola arco-íris, ainda alinhou na prova de fundo, ganha pelo belga Remco Evenepoel, mas acabou por desistir cerca de 30 quilómetros depois do arranque, por estar “mentalmente destruído”, segundo o manager da Alpecin-Deceuninck, Christoph Roodhooft.

Foto: Twitter Mathieu Van der Poel

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