Com a chegada de um novo ano, volta também a habitual dúvida entre ciclistas: será melhor iniciar a época na estrada, com km reais e terreno variável, ou apostar nos treinos de ciclismo indoor, com plataformas como o Zwift e a ajuda do rolo de treino, por exemplo?

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A resposta está longe de ser absoluta e depende de fatores que vão desde o clima até aos objetivos pessoais de cada um; mas o tema tem ganho relevância à medida que cada vez mais ciclistas dividem o seu calendário entre exterior e rolo.

Rolos de treino de ciclismo: diferenças e qual o ideal para cada tipo de ciclista

A questão torna-se ainda mais pertinente numa fase do ano marcada por frio, dias curtos e maior instabilidade meteorológica. Tradicionalmente, Janeiro e Fevereiro eram meses de base (treinos longos a baixa intensidade), muitas vezes feitos em condições pouco convidativas.

Hoje, com a evolução dos smart trainers e dos softwares de simulação, os ciclistas passaram a ter uma alternativa viável e, para muitos, mais eficiente.

Treinar na rua continua a ser replicável?

Apesar da popularidade crescente do ciclismo indoor, o ciclismo ao ar livre mantém vantagens difíceis de igualar. A adaptação ao terreno real, o trabalho de posicionamento, o controlo da bicicleta em descidas ou em pisos irregulares e a resposta a estímulos imprevisíveis são aspetos que nenhum simulador consegue reproduzir totalmente.

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Quem se inicia o ano com objetivos competitivos, especialmente em provas de estrada ou gravel, beneficia-se entrar cedo em contacto com o ambiente real de treino.

Além disso, a estrada oferece algo simples, mas fundamental: variabilidade natural. Vento, temperatura, inclinações, mudanças de cadência e até o comportamento do corpo durante saídas longas influenciam o rendimento e são parte do processo de construção da forma física.

O treino ao ar livre também tem impacto psicológico: sensação de liberdade, motivação visual e a ideia de “ir a algum lado” ajudam a tornar mais apelativos os treinos de base, que para muitos são a fase mais monótona da época.

Treino de ciclismo indoor: ‘plano B’?

Se antes o rolo de treino servia apenas para dias de chuva, hoje o treino de ciclismo indoor assumiu uma posição “estratégica”. A eficiência é talvez o seu maior trunfo. Sem trânsito, sem paragens e sem variações imprevistas, cada minuto conta.

O Zwift, o My Whoosh e outras plataformas do género trouxeram um elemento competitivo e social inexistente no treino indoor. Corridas virtuais, treinos de grupo e um sistema de progressão constante ajudam a manter a intensidade e o foco numa altura do ano em que muitos atletas ainda não têm objetivos imediatos.

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Em contexto de preparação, isto permite colocar estímulos de qualidade sem comprometer demasiados dias com más condições meteorológicas.

Há ainda um fator importante, a segurança. Para alguns ciclistas, sobretudo em zonas urbanas ou pouco iluminadas, o inverno representa um risco maior. Nesse sentido, a plataforma virtual oferece o ambiente ideal para trabalhar intervalos, VO2max e até simulações de prova.

Crédito das imagens:
Cycplus

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