Novas bicicletas no Sea Otter Europe havia uma infinidade! Mas temos de admitir que no museu que ali instalado, estiveram expostas verdadeiras bicicletas icónicas do ciclismo, tanto de estrada como de montanha. Aqui vamos mostrar seis bicicletas dos anos 90 que marcaram uma era.

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As nossas escolhas são então seis joias do BTT que, na altura, introduziram uma série de inovações ao nível da suspensão, que hoje é muito difícil de encontrar. Todos os fabricantes têm “estagnado” nesse sentido, instalando componentes partilhados por todas as empresas, deixando pouco espaço para a imaginação e, sobretudo, à diferenciação.

Por ordem alfabética, as bicicletas que nos cativaram e que são a razão deste Bike Check dos anos 90 são a BMW Super Tech, a Cannondale Super V3000, a GT 3000 LTS, a Klein Mantra, a Manitou Answer FS e a Yeti ARC AS.

BMW Super Tech (1997)

A BMW trouxe para o ciclismo as famosas forquetas “Telelever”: a ideia é separar a travagem da compressão do forqueta, para que ela não comprima ao travar e que a geometria permaneça inalterada.

A complexidade do sistema é muito alta e o peso, comparado a uma forqueta telescópica, também. O sistema traseiro, embora complexo em design, responde a um mais conhecido: um “monopivot” com o amortecedor em cima. Claro, o braço oscilante estava associado ao movimento central, que se movia ao “ritmo” da roda traseira. Curioso, mas comum naquela época.

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Outro detalhe é o quadro que, devido aos incómodos sistemas de suspensão, foi reduzido a uma pequena rede de tubos.

Cannondale Super V3000 (1997)

O design deste quadro data de 1993, mas o modelo em exibição é de 1997. No início, o Super V3000 tinha um braço oscilante de uma só peça, muito maciço, que mais tarde deu lugar ao tubular da nossa protagonista, ao qual o amortecedor estava diretamente ligado.

A forqueta era outro dos pontos de identidade. A popular Fatty que oferecia 70mm de comprimento. Este mesmo quadro, com pequenas modificações, era também um modelo de downhill. A forqueta instalada era outra das joias da Cannondale, a Super DownHill Moto, invertida e com 120mm de comprimento.

Klein Mantra (1997)

A Klein Mantra é já um símbolo de ideias inovadoras no início da fibra no BTT. O modelo em questão iniciou o seu percurso em 1996, pelo que o que está em exposição, de 1997, foi um dos primeiros. Mais tarde, em 1999, passou a fabricar também em fibra de carbono.

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Destaca-se o seu quadro com um tubo (digamos assim), ao qual está preso um braço oscilante maciço que, como no BMW, tem o movimento central associado. De destacar que o comprimento era de 135mm!

GT 3000 LTS (1997)

A GT lançou este modelo em 1995, com um design de braço oscilante verdadeiramente diferente, posicionando o amortecedor numa posição raramente vista. O quadro LTS foi feito em alumínio, com um desenho um tanto mais convencional (bem, mais ou menos), deixando o eixo do pedaleiro preso a ele (nesse caso não balança). O comprimento? 116 mm. Destaque para o amortecedor que é enroscado na barra estabilizador, o que significava poder variar sua altura, modificando a geometria (o início dos “flip-chips”?).

O modelo em exposição trazia outra maravilha da engenharia ciclística: uma forqueta paralelogramo impossível de deixar de admirar. Como no “Telelever” da BMW, sua missão era separar as forças de travagem do funcionamento da própria suspensão, o que faz com que ela não se afunde quando se trava.

Manitou Answer FS (1993)

Este modelo tem a originalidade do sistema de suspensão traseira se basear numa… forqueta. A Manitou Answer FS apresentava uma forqueta de elastómero (com 48mm) na traseira, ligada ao quadro por peças de alumínio fabricadas em CNC, que mais valem estar num museu. O alumínio usado para a criação das forquetas dianteiras e na parte traseira foi o Easton da série E9.

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Doug Bradbury (da Manitou) foi o criador desta deliciosa loucura, que foi rapidamente comprada pela empresa norte-americana Answer Products (daí o nome da bicicleta).

O design original incluía pormenores que parece que acabámos de descobrir (ficaram de fora devido à incompatibilidade dos produtos do mercado). Como por exemplo, o eixo traseiro tinha 145 mm de largura e o eixo dianteiro tinha 110 mm. Imagina-se! Finalmente, acabou por ser produzido com os habituais 135 e 100 da época.

Yeti ARC AS (1993)

Esta bicicleta destacou-se por adicionar um sistema de suspensão traseira ao popular ARC. O ARC AS (Active Suspension) incorporou um elaborado braço oscilante traseiro (desenhado com tubos Easton Pro-Gram), com uma enorme cavidade que incorporou o amortecedor de elastómero e que oferecia 40mm de comprimento. Este projeto foi feito em conjunto entre a Easton e a própria Yeti.

Esta bicicleta teve a honra de manter o recorde de velocidade máxima em descidas (alcançada no Mammoth Mountain Kamikaze daquele ano), atingindo o 59,5 mph, ou seja, 95,76 km/h.

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Fotografias: GoRide

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