Indo um pouco direto ao assunto, o ciclocomputador iGPSPORT iGS630 que aqui temos em teste apresenta-se com muitas funcionalidades interessantes tendo em conta o preço. Mas ainda há algum trabalho a fazer por parte desta marca chinesa, especialmente ao nível dos mapas, da navegação e da interface/controlo. Mas vamos olhar para os pormenores.

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Por empréstimo da SC Vouga, que distribui a marca no nosso país, temos tido oportunidade de experimentar este iGPSPORT iGS630 nas últimas semanas. Mais tempo em ambientes de BTT, mas também em voltas mais rápidas, de gravel e na estrada, com várias bicicletas.

Enviaram-nos o pack completo, o que faz com que a experiência seja um pouco mais composta. Falamos do suporte M80 (17 euros), que é compatível com modelos de outras marcas e da capa de silicone BH630 (17 euros), que cumpre a sua missão.

E ainda dos dois sensores do “costume”, acompanhados de uma banda de peito com monitor de frequência cardíaca, a HR40 (40 euros), que apresenta uma performance normal. Os sensores em causa são o sensor de velocidade SPD70 e o sensor de cadência CAD70, que custam 25 euros cada um, sensivelmente.

Confessamos que temos usado um suporte de outra marca noutras bicicletas, mantendo o suporte M80 em permanência na nossa BTT de testes. Estes sensores, por sua vez, têm mudado várias vezes de bicicleta, e refira-se que nunca registámos problemas de instalação e/ou emparelhamento.

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iGPSPORT|iGS630 - Because I deserve - PL

Aliás, a instalação na roda e no cranque é igual à de outros sensores de outras marcas, aqui não há segredos. O emparelhamento, esse, dá-se em segundos, literalmente, via ANT+.

Arriscamos dizer que é dos processos do género mais rápidos que alguma vez vimos: basta ligar o GPS, dar duas pedaladas e já está, o sistema deteta os sensores num ápice (depois de entrarmos no menu certo). O tamanho da roda é detetado automaticamente.

Por falar nisso, saltamos já para essa parte. Os menus deste ciclocomputador são um dos pontos em que ainda há trabalho a fazer, mas satisfazem e “levam água ao seu moinho”. Estão todos em português, entendemos tudo facilmente, e o controlo é bom, com recurso a botões fáceis de acionar.

Estes botões estão pensados para andarmos pelas opções e confirmarmos a seleção com o indicador, do lado direito, e para usarmos o polegar para recuar, do lado esquerdo; os dois botões de baixo cumprem as restantes funções, entre elas iniciar e parar a atividade.

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Exato: o ecrã não é tátil, até porque neste patamar de preços não se encontra, à partida, um modelo com ecrã tátil. Mas é grande, tem 2,8 polegadas, com 240 x 400 px de resolução, e várias áreas para mostrar informação, espaços estes que podemos personalizar. 

iGPSPORT|iGS630 - The one for all - 20s - PL

Quando o mapa está a ser mostrado há espaço ainda para dois pontos de informação em baixo. Nos ecrãs mais compostos, com mais informação, podemos ir alternando e seguindo tudo o que as nossas voltas/treinos estão a registar. São dez áreas num só ecrã, com configuração na app móvel da iGPSPORT e muitas opções.

Em comunicação…

Podemos emparelhar o GPS com o smartphone por Bluetooth para fazer atualizações e para termos os dois dispositivos em sintonia com notificações e transferência de informação para a “nuvem”, através da já referida app móvel. Ou para o Strava, visto que há compatibilidade total com esta e outras plataformas. Traning Peaks incluído.

A relação com o Strava não é a melhor que já experienciámos, é verdade, com um processo de sincronização que aqui e ali pode trazer algumas dificuldades, mas ao longo do tempo a tendência é para que esta comunicação/relação estabilize e corra bem.

Em andamento, as coisas também funcionam bem. O sinal de satélite (GPS, Beidou, Glonass, Galileo e QZSS) é detetado rapidamente uma vez em exteriores e durante as voltas não se notam falhas. Apenas aquele erro de registo/contagem que faz com que cada GPS contabilize informação à sua maneira, por assim dizer.

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Não precisamos de todos os seis botões para irmos manuseando o GPS enquanto andamos, e o sistema de controlo permite-nos fazer o básico facilmente. Os sensores automáticos de paragem e luz no ecrã também cumprem os seus desígnios.

A navegar, podemos contar com indicações curva a curva e um acompanhamento em tempo real razoável. Temos de confessar que se notam aqui algumas falhas pontuais, o que para os mais distraídos pode significar um engano no caminho de vez em quando.

Em trilhos e estradas que nos são familiares, não notamos isso. Mas em navegação efetiva em locais novos e desconhecidos (e de forma mais flagrante em tracks de BTT), podemos ser induzidos em erro. É preciso redobrar atenção.

É aqui que mais notamos que há ainda caminho a percorrer pela marca até atingir um nível de desenvolvimento nos mapas e no apoio a navegar que vemos em algumas marcas concorrentes. Mas, dado o preço deste ciclocomputador, não nos vamos “queixar” demasiado destas situações, até porque a relação qualidade/preço em geral é bastante positiva.

Autonomia razoável

Quanto à autonomia, o registo anunciado pela marca são 35 horas de funcionamento. Na prática e no terreno, a bateria de 1.300 mAh (com carregamento via porta USB-C, disposta na secção inferior) não aguenta assim tanto.

Com todas as ligações ativas, incluindo o emparelhamento via ANT+ com os dois sensores e o Bluetooth para comunicação e notificações no smartphone em tempo real, o melhor que conseguimos foram 19,5 horas, mais concretamente em quatro boas/grandes voltas de BTT sem recargas pelo meio, cada uma com pouco mais de quatro horas de duração, em média.

Em suma…

Este é o topo de gama da iGPSPORTS e isso faz com que consigamos notar aqui um salto grande em termos de qualidade. Ter o ciclocomputador na mão durante uns minutos dá para notar que a construção está melhor face ao que já vimos atrás nesta marca.

Leve e robusto (aconselhamos sempre o uso da capa de silicone, contudo), pesa 90 gramas e tem dimensões (92 x52 x 16,5 mm) adequadas tendo em conta a dimensão do ecrã. Não é grande, nem pequeno.

É também estanque e à prova de praticamente tudo, com certificação IPX7, e conta com 8 GB de memória interna. Além disso, há compatibilidade total com tracks de outros sistemas (não é difícil carregá-los) e com suportes de outras marcas de forma universal (mas aconselhamos o uso de suportes da marca…).

Capta sinal depressa, tem um ecrã que cumpre as suas funções (mesmo não sendo tátil e sofrendo um pouco com reflexos causados por luz solar direta…) e não é caro.

Por tudo isto, o ciclocomputador iGPSPORTS iGS630 está preparado para dar luta à concorrência neste seu segmento e num patamar de preços em redor dos 219 euros, que é o PVP deste modelo. Mesmo estando um pouquinho abaixo em termos de especificações em geral, como podemos ver na lista mais abaixo, vale a pena espreitá-lo.

A fechar, duas notas. A primeira é algo que nos surpreendeu assim que pegámos na caixa ainda por abrir: a embalagem deste ciclocomputador. Com tampa com fecho magnético, com materiais e qualidade acima da média, bastante mais atrativa que as embalagens da maior parte dos GPS à venda atualmente.

A outra nota é a nossa disponibilidade para ajudar aqui no GoRide, seja em relação a este equipamento, a outros e/ou a bicicletas. Se tens alguma dúvida sobre o funcionamento deste ciclocomputador, fala connosco usando a nossa página de contactos.

Ainda estamos a usar o iGPSPORTS iGS630 numa das nossas bicicletas de testes, por isso podemos ajudar a esclarecer alguma dúvida que os nossos leitores tenham sobre se este modelo pode ou não ser um bom investimento.

Especificações

  • Ecrã de 2,8” a cores (240 x 400), não tátil, com sensor de luz automático
  • Certificação IPX7
  • Sinal GPS, Beidou, Glonass, Galileo e QZSS
  • Compatível com suportes Garmin (e outros)
  • Peso: 90 gramas
  • Dimensões: 92 x52 x 16,5 mm
  • Ligações: Bluetooth, Ant+
  • Bateria de 1.300 mAh recarregável por ligação USB-C
  • Autonomia média indicada pela marca: 35 horas
  • Autonomia média nos nossos testes: 15 a 18 horas
  • Compatibilidade com sensores de ritmo cardíaco, velocidade, potência e cadência
  • Armazenamento interno: 8 GB
  • PVP: 219 euros

Site oficial:

Distribuição em Portugal:

Neste teste:

  • Texto: Jorge D. Lopes e Nuno Granadas
  • Fotos e vídeo: Jorge D. Lopes

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