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Partilha!Tweet Não podemos pensar que esta matéria prima, típica dos quadros clássicos, está a desaparecer. Há ainda muitas bicicletas de BTT e gravel que o continuam a usar... O aço foi durante muitos anos o material favorito na construção de quadros de bicicletas, especialmente nos primeiros anos de produção em série. Muitos foram os fabricantes a nascerem nesses tempos e dessa forma, sendo que alguns deles adaptaram o know-how que já tinham na conceção de tubos de aço para entrarem no mundo do ciclismo.PUB Foi o caso da BH e da Orbea, por exemplo, que eram empresas que fabricavam armas e usaram esse conhecimento para passarem a fabricar quadros em aço. Podes ficar a saber um pouco mais dessas histórias no artigo “Cultura ciclista: as 9 marcas de bicicletas mais antigas da história”. Atualmente, contudo, o fabrico de quadros em aço é algo muito raro e quase meramente testemunhal para os mais nostálgicos… Mas calma! A verdade é que há mais fabricantes de quadros de aço do que imaginas. É claro que as marcas mais mediáticas abandonaram a produção em aço, principalmente porque esse fabrico não é rentável, mas existem fabricantes mais pequenos (e não só artesanais) que realizam verdadeiras “maravilhas” em aço. PUB Além disso, a estética minimalista dos seus quadros está a voltar a ficar na moda, da mesma forma que a a relativamente nova categoria gravel parece querer adotar o aço como forte opção nos quadros que servem de base a vários modelos de bicicleta. Assim, aqui ficam cinco marcas que ainda se conseguem encontrar nas lojas e que continuam a produzir quadros em aço. Certamente existem outros, mas esta seleção foca os fabricantes que ainda têm um catálogo de bicicletas bastante extenso. Antes disso, um pouco de história… O aço O aço apresenta-se nos início do seu tempo como um material pesado, e muito por culpa da sua alta densidade. Este problema veio a ser corrigido com a introdução das ligas no fabrico, o que reduziu essa densidade sem comprometer a fiabilidade. PUB Inicialmente, a união entre os tubos era realizada através de conectores, o que fazia aumentar o peso de forma considerável; mais tarde, as uniões passaram a ser soldadas. Atualmente, técnicas como a hidroformação ou a conificação também podem ser encontradas no fabrico de alguns quadros de aço. O acabamento destes quadros com pintura (e posteriormente lacagem) é o mais habitual, embora antes a técnica de cromado tenha sido muito utilizada devido à sua maior resistência à corrosão. Este processo (semelhante ao anodizado de alumínio) consiste num banho eletrolítico do aço em cromo (dissolve-se ácido crómico em água), obtendo-se um acabamento muito limpo e resistente. Características do aço em quadros de bicicletas: Extraordinariamente durável. Resistência à fadiga e resistência à tração. Boa absorção das vibrações graças à flexão que proporciona. Facilidade na reparação. Marcas que fabricam quadros offroad em aço… Bombtrack Esta empresa alemã tem um catálogo com um exclusivo “aroma” a artesanal em que se destacam criações feitas em alumínio, carbono e até titânio… E em aço, claro. Bicicletas de montanha (rígidas), de gravel, de ciclocrosse e de touring são as que mais beneficiam das vantagens deste material… A Columbus, com a sua série Cromor, é a fornecedora dos tubos em aço utilizados pela Bombtrack, com a dupla conificação como característica mais destacável.PUB Mais info: Bombtrack Bikes Cotic Os ingleses da Cotic são especialistas em aço, sendo este o único material que trabalham nas suas bicicletas. Um extenso catálogo é composto por bicicletas de montanha e de gravel… O primeiro modelo que lançaram foi o Soul, em 2002, sendo este um modelo hardtail de corte trail… O controlo do material é tal que a Cotic é dos poucos fabricantes que produzem bicicletas de aço de dupla suspensão (suspensão total). Os tubos de aço que utilizam são os Reynolds, mais concretamente os da série 583. Mais info: Cotic Bikes Kona A marca canadiense foi sempre uma seguidora fervorosa dos quadros em aço… Dentro de um catálogo em que as “estrelas” mais brilhantes são feitas em fibra de carbono e alumínio, existe sempre espaço para o aço com modelos de BTT (hardtail), gravel e urbanos. O aço utilizado (cromoly) é cónico e apresenta um acabamento muito especial, sem deixar de lado pormenores como as direções cónicas com rolamentos integrados… Mais info: Kona Bikes Norco Outra marca do Canadá e com uma longa história, já que nasceu em 1964 como Nothern Cycle Industries… E faz anos que também se destacou com o fabrico de gamas de bicicletas com uma diversidade nos materiais construtivos muito ampla. O aço também figura entre esses materiais. A Norco fabrica quadros para BTT, gravel, estrada… Mais info: Norco Bikes Ritchey Mais de 40 anos de experiência que a marca de Tom Ritchey leva, a qual se destacou durante muito tempo com a produção de componentes como guiadores, espigões, avanços… Atualmente, no extenso catálogo da marca encontramos também pneus e, claro, os famosos quadros fabricados em aço, o único material que a Ritchey utiliza. De BTT, de estrada, de ciclocrosse, de gravel… Qualidade elevada no fabrico, com os tubos a serem produzidos pela própria Ritchey, com tripla conificação e soldaduras do tipo TIG. Mais info: Ritchey Logic E o resto? Existem muitas outras marcas que fabricam em aço, especialmente no que toca a bicicletas urbanas e de passeio, já que não têm as exigências de peso das outras categorias. E utilizar aço é uma maneira de poupar custos… Quanto a bicicletas offroad, que são o foco deste nosso artigo, a Cinelli tem uma gama ampla de modelos gravel (não produz quadros de BTT), pois tem uma grande experiência neste material… Por sua vez, a Niner tem no seu catálogo um modelo de gravel em aço, o RLT 9 Steel, e também um de BTT, o Sir 9. Também a Trek produz um modelo gravel de abordagem muito aventureira, o 520… Estes são apenas alguns exemplos que mostram que o aço ainda não está acabado para as bicicletas. E aqui o gravel está a ser importante, pois está a dar como que uma segunda vida a este material carismático e que viu nascer a paixão do ciclismo. Geometria de uma suspensão frontal: 4 pontos a ter em conta Artigo redigido por José Escotto e editado por Jorge Lopes. Caso detetes algum erro ou tenhas informação adicional que enriqueça este conteúdo, por favor entra em contacto connosco através deste formulário.
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