Começar a treinar ciclismo pode ser entusiasmante,  mas também pode levar a erros que comprometem a evolução, a motivação e até a saúde. Para percebermos quais são, conversámos com Telmo Alegre, treinador de ciclismo e bike fitter com mais de 20 anos de experiência na área do ciclismo e fundador da Happy Life Training.

PUB
Novidades Trek 2026

Segundo Telmo, existem cinco erros muito comuns entre quem começa a pedalar em autonomia. Segundo o Telmo estes são os principais e como os podemos evitar.

1. Pedalar sem fazer um Bike Fit

Este é, para Telmo, o erro mais comum e também o mais fácil de evitar.
Muitos ciclistas iniciantes compram uma bicicleta e começam a pedalar confiando apenas na opinião de amigos ou colegas mais experientes. O problema?

“O que é bom para um pode não ser bom para outro”, sublinha Telmo.

Cada ciclista tem características próprias, condição física, limitações musculares, morfologia e mobilidade que influenciam a posição correta na bicicleta. Começar com o selim demasiado alto ou demasiado baixo pode gerar dores, lesões e frustrações desnecessárias.

A solução: fazer um bike fit logo após comprar a bicicleta. É um investimento que evita lesões e melhora o conforto e a eficiência.

2. Treinar sem fazer um check-up médico completo

Outro erro frequente é iniciar treinos intensos sem garantir que o corpo está preparado.
Pessoas que estavam sedentárias durante anos começam muitas vezes a pedalar sem realizar exames básicos como, avaliação cardíaca, prova de esforço, despiste de hipertensão e exames gerais de saúde.

PUB

Segundo Telmo:
“O coração de quem esteve parado não está habituado a intensidades altas nem a grandes volumes. Tal como um carro parado durante anos, se for forçado de repente, pode avariar.”

A ausência de exames pode levar a situações graves, como arritmias ou até morte súbita.
A solução: Antes de começar, consultar um médico de medicina desportiva e fazer os exames recomendados.

3. Falta de avaliação física e treinar só “por sensações”

Outro grande erro é treinar com base no que os amigos dizem ou fazem.
É comum ouvir frases como:
“O meu colega treina a X bpm e eu não consigo lá chegar, devo estar fraco.”

Mas isso não faz sentido. Cada atleta tem zonas de treino próprias, definidas pela sua condição física e pelo seu metabolismo.

Hoje em dia, exames como, teste de lactato e VO2 Max são acessíveis, mais baratos e realizados em muitos centros especializados. Estes testes permitem determinar o estado inicial do atleta, perceber limitações e definir zonas de treino individuais.
Treinar sem esta informação é andar às cegas.

PUB
Beeq E-Bikes

4. Erros de alimentação, especialmente treinar em jejum

Muitos ciclistas iniciantes, especialmente aqueles que querem perder peso, começam a treinar em jejum, acreditando que vão “queimar mais gordura”. Para Telmo, este é um erro grave.
É comum ver pessoas a fazer 3 ou 4 horas de treino sem comer, o que pode levar a, quebras de rendimento, tonturas, hipoglicemia, perda de massa muscular e má recuperação.

A nutrição deve incluir, hidratos, proteínas e vitaminas, snacks durante o treino (géis, barras, fruta, banana) e alimentação regular e equilibrada.

5. Fazer distâncias e volumes exagerados logo no início

Aqui está o erro que acaba com a motivação de muitos ciclistas antes mesmo de ela começar.
Pessoas sedentárias há 10, 15 ou 20 anos são muitas vezes convidadas pelos amigos para fazer voltas de 120, 150 ou 180 km porque “é rolante”. Mas isso significa de 5 a 7 horas em cima da bicicleta.

Resultado provável: chegam ao final da volta completamente destruídas e sem vontade de voltar a pegar na bicicleta. O corpo ainda não está preparado, e um início demasiado agressivo pode gerar, dores, fadiga extrema, perda de motivação e risco aumentado de lesão.

A solução: começar com progressão gradual, aumentando distâncias e intensidade ao ritmo do corpo

Mais informações:
www.happylifetraining.com
Crédito das imagens:
Goride arquivo / Northwave

Também vais gostar destes!