João Almeida assegurou não ter qualquer arrependimento relativamente à sua prestação na Volta a Espanha, manifestando-se orgulhoso por ocupar virtualmente o segundo lugar da classificação geral, apenas atrás de Jonas Vingegaard. O ciclista português da UAE Emirates revelou ter-se sentido no limite físico durante a 20.ª e penúltima etapa da prova, que terminou no exigente alto da Bola del Mundo, no sábado. 

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“Foi super difícil, estive no limite durante toda a etapa. Tínhamos de tentar, não tínhamos nada a perder”, descreveu João Almeida após cruzar a linha de meta, em declarações à Eurosport. 

A sua equipa adotou uma estratégia agressiva na última subida da jornada, com o objetivo de endurecer o ritmo e colocar pressão sobre os adversários. Ainda assim, Almeida terminou a etapa na quinta posição, numa tirada de 165,6 quilómetros entre Robledo de Chavela e Bola del Mundo, vencida por Jonas Vingegaard em 3:56.23 horas – 22 segundos mais rápido que o português, seu mais direto perseguidor na geral. 

“A ideia era endurecermos a etapa o máximo que conseguíssemos. Infelizmente, tenho estado doente esta semana, as sensações não eram as melhores, mas ainda tentámos e penso que isso é o que importa. [Acabo] sem arrependimentos, fizemos o que pudemos. Parabéns ao Jonas, ele foi superforte”, afirmou o ciclista de 26 anos. 

Na véspera da chegada a Madrid, o dinamarquês da Visma-Lease a Bike está prestes a conquistar a sua terceira grande Volta, após os triunfos no Tour de France em 2022 e 2023. João Almeida segue na segunda posição da geral, a 1 minuto e 16 segundos de Vingegaard, com o britânico Thomas Pidcock (Q36.5) a completar o pódio, a 3 minutos e 11 segundos. 

“Foi uma Vuelta muito dura. Terminamos no segundo lugar, penso que podemos estar satisfeitos. É um orgulho poder fechar em segundo uma Volta a Espanha, ainda mais atrás do Jonas Vingegaard. Acho que é bastante bom”, sintetizou o português, através da sua assessoria de imprensa. 

A última etapa da 80.ª edição da Vuelta, que decorrerá este domingo entre Alalpardo e Madrid (111,6 quilómetros), servirá para consagrar oficialmente o dinamarquês como vencedor da prova. Com o segundo lugar na geral praticamente assegurado, João Almeida irá igualar o melhor resultado de sempre de um ciclista português na Vuelta, repetindo o feito alcançado por Joaquim Agostinho em 1974. 

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“Acreditei [que podia destronar Vingegaard] até ao final. Mas no último quilómetro, quando o Jonas atacou, senti que não conseguia segui-lo e que ele estava mais forte”, confessou, explicando que a sua intenção era tentar um ataque decisivo, mas as pernas não corresponderam. 

Com este resultado, o ciclista natural de A-dos-Francos alcançará o melhor desempenho da sua carreira numa grande Volta, depois de ter sido terceiro no Giro de 2023, quarto no Tour de 2024, no Giro de 2020 e na Vuelta de 2022. Mesmo afetado por problemas de saúde nos últimos dias da competição, João Almeida sublinha que deu tudo o que tinha. 

“Tenho estado doente. São circunstâncias que acontecem, temos de lidar com o que temos. Mesmo assim demos o nosso melhor e podemos estar orgulhosos”, reforçou, agradecendo ainda o apoio recebido ao longo da corrida. 

Questionado sobre se considera ter desperdiçado uma oportunidade de vencer pela primeira vez uma grande Volta, João Almeida preferiu adotar uma perspetiva otimista e de longo prazo: 

“Todas as corridas são uma oportunidade. É uma de muitas [de ganhar uma grande Volta]. Criaremos outras no futuro”, rematou, com a sua habitual descontração. 

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Crédito da imagem: UAE Emirates Twitter / X

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