Durante o Masters de Andorra, em conversa com a RMC, Jonas Vingegaard mostrou-se admirado com esta nova geração de talentos, mas deixou um alerta: talvez seja melhor não apressar as coisas. “É incrível ver quantos jovens ciclistas já estão a atuar ao mais alto nível”, disse o dinamarquês da Visma-Lease a Bike após o evento de exibição em que defrontou Tadej Pogacar, Primoz Roglic e Isaac del Toro, no domingo.

PUB
Nova Trek Top Fuel

Precisamente, o mexicano da UAE Emirates, de apenas 21 anos, terminou a época entre os três melhores do mundo. O francês Paul Magnier (Soudal), também com 21, somou 19 vitórias, e o britânico Matthew Brennan (Visma), de 20, conquistou 12. Já Albert Withen Philipsen (Lidl-Trek), que brilhou em provas como Três Vales Varesinos e Paris-Tours, tem apenas 19 anos.

Entre os nomes mais promissores está Paul Seixas. O francês de 19 anos, da Decathlon-AG2R La Mondiale, tornou-se uma espécie de esperança nacional, visto como potencial sucessor de Bernard Hinault. Depois de vencer o Tour de l’Avenir e brilhar no Dauphiné, Lombardia e Europeu, a dúvida já não é se vai estrear-se numa grande Volta — mas qual será a primeira.

Seixas confirmou esta semana que fará parte de uma grande Volta na próxima temporada, embora o Tour de França ainda não esteja garantido. “Claro que o meu sonho é participar no Tour”, contou no programa Super Moscato Show, da RMC.

“Penso que vamos fazer ums das três grandes na próxima temporada, isso já está decidido. Mas há outros fatores a considerar. O Tour traz muita pressão mediática.”

Apesar do discurso tranquilo, Seixas não esconde a ambição. “O meu objetivo é vencer o Tour”, disse anteriormente. “Ainda tenho tempo e preciso de evoluir, mas veremos quando poderei participar. A diferença de idades com o Pogačar ainda é grande. Isso significa que não somos da mesma geração e, a certa altura, ele vai começar a decair antes de mim. Mas o objetivo não é vencê-lo quando estiver em declínio — é vencê-lo no auge.”

Estas palavras não passaram despercebidas a Vingegaard, que conhece bem o peso que o Tour pode colocar sobre os ombros. “Para ser sincero, esperaria se fosse ele”, afirmou. “Como francês, provavelmente o maior talento de França, vai sentir muita pressão se alinhar já. Talvez seja melhor esperar alguns anos até estar realmente pronto.”

PUB

Na Visma-Lease a Bike, Vingegaard tem acompanhado o crescimento de jovens promessas como Matthew Brennan e Jorgen Nordhagen, ambos apontados como futuros líderes. A equipa optou por uma abordagem cautelosa, que o dinamarquês considera fundamental. “Não conheço o Seixas pessoalmente”, disse, “mas sei que tem muito talento e, nesse caso, talvez seja melhor esperar”.

No meio de tanto talento precoce, Vingegaard deixa uma mensagem simples, mas importante: ter potencial é ótimo, mas saber quando dar o salto faz toda a diferença. No mundo do ciclismo, às vezes, ir mais devagar é a forma mais segura de chegar ao topo.

Crédito da imagem: Decathlon AG2R La Mondiale/X

Também vais gostar destes!