Neste projeto recente, Tom Öhler trocou a obsessão pela performance pela simples prazer de pedalar… Ao comando de uma e-BTT da Haibike, o rider de trial austríaco estabeleceu um novo recorde do mundo certificado pelo RID – Record Institute Germany ao conquistar 15 picos montanhosos num único dia! Foram 14 horas, 102 km e 5.550 metros de desnível positivo que resultaram não só num feito pessoal como também num recorde mundial impressionante.

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“Recebi uma chamada da Haibike no ano passado a perguntar se gostaria de tentar bater um recorde do mundo”. Para a maioria das pessoas, esta seria uma pergunta insólita. Mas para Tom Öhler, rider da Haibike e detentor dos recordes mundiais da subida vertical mais alta numa bicicleta e dos 400 metros com barreiras mais rápidos sobre duas rodas, já não é novidade.

Ainda assim, Öhler procurava algo com um significado especial — algo que combinasse com a sua filosofia. Apesar de ser atleta profissional, nunca foi obcecado por números brutos de altitude ou distância. A ideia teria de ser mais interessante.

Pedalar por prazer?

Para muitos, andar de bicicleta por prazer remete para voltas de bicicleta aos fins de semana com amigos. Mas quando um campeão mundial de trial como Tom Öhler se declara um “ciclista de prazer”, os que já o viram a pedalar em trilhos técnicos não podem deixar de sorrir…

“Adoro trilhos técnicos em zonas expostas, mas o meu momento preferido numa bicicleta é quando chego ao topo de uma montanha, admiro a paisagem e antecipo a descida que aí vem. Isso é prazer puro! E então perguntei-me: quantos desses momentos poderia viver num único dia?”.

Foi assim que nasceu a ideia: quantos cumes poderia Tom Öhler conquistar num só dia com uma elétrica de montanha?

Regras para bater o recorde

Qualquer recorde tem de ter regras claras e supervisão oficial. A primeira questão: o que conta como “cume”? Parece simples, mas os critérios técnicos como “proeminência”, “dominância” e “elevação” tornam tudo mais complexo.

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Além disso, o Instituto Alemão de Recordes (RID) estipulava um limite de 16 horas e um mínimo de dez picos. O uso de e-bike era permitido, tal como trocar de bateria — desde que declarado previamente.

Tom também impôs as suas próprias regras: queria pedalar o máximo possível nas subidas e todas as descidas tinham de ser cicláveis.

O terreno ideal

A escolha recaiu rapidamente sobre a zona de Davos/Klosters, na Suíça. Öhler conhece a região como a palma da mão e sabia que combina uma rede densa de trilhos com legislação favorável ao uso de bicicletas. “Em Graubünden podes pedalar em qualquer trilho que não esteja explicitamente fechado a bicicletas”, explica.

Três voltas em torno de Davos, desenhadas no Komoot, serviram de base para o percurso, que incluía cadeias montanhosas como Jakobshorn, Pischahorn e Weissfluhgipfel.

O dia do recorde

“Quase não dormi na noite anterior, havia muita coisa para preparar e estava nervoso. Sabia que era possível, mas podia sempre correr mal”, lembra Tom. Às 5h30 da manhã começou a primeira volta com enorme entusiasmo. Três horas depois e com cinco picos conquistados, regressou ao acampamento base no Seehofseeli para uma pausa rápida antes da subida mais longa do dia, rumo ao Pischahorn.

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Foi aí que surgiu uma dor no joelho — mas Tom continuou. Algumas subidas não eram cicláveis, e ele teve de carregar a bicicleta ao longo de 400 D+. Após mais seis picos e cinco horas nas montanhas, regressou à base para reabastecer corpo e bateria.

A última volta foi a mais dura. “Com nove horas de esforço acumulado, o cansaço bateu a sério. E ainda por cima vinha aí o Weissfluh, a 2.843 metros”.
Mas, ao alcançar o penúltimo cume e entrar na descida para o Chörbschhorn, tudo mudou: “Foi o momento mais fluido e gratificante do dia”, recorda.

Pouco antes das 18h, Tom chegou ao 15.º e último pico, onde o esperavam a esposa e vários amigos. “Foi mágico. Após tantas horas sozinho com os drones, partilhar a última descida foi emocionante”.

De regresso ao Seehofseeli, após 14 horas, o novo recorde mundial foi oficialmente certificado pela juíza Laura Kuchenbecker do RID. “Foi um recorde inovador, nascido de uma ideia ousada”, exclamou.

Em suma…

“Foi um dia incrível e muito duro, não só fisicamente como mentalmente — porque não podes cometer erros naquele terreno. Mas olhar agora para os picos e saber que estive lá… é inacreditável. A e-bike deu-me energia suficiente para aproveitar cada metro de trilho. Valeu cada segundo”.
E será possível bater o recorde? Tom sorri: “Recomendo a tentativa — promete ser um dia épico!”.

Pormenores do recorde do mundo alcançado:

  • 3 cadeias montanhosas
  • 15 picos
  • 14 horas
  • 102 km
  • 5.550 m de desnível acumulado
  • 3 kWh de energia consumida
  • Percurso disponível no Komoot

Mais info sobre Tom Öhler:


Fotos: Martin Bissig
Texto: Martin Taendl

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