Primoz Roglic falou pela primeira vez após a sua desistência da Volta a Espanha, em consequência de queda no final da 16.ª etapa, e para responsabilizar Fred Wright, corredor da Bahrain-Victorious que esteve envolvido no sprint pela vitória, que acabou por ser conquistada por Mads Pedersen.

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O esloveno, cujo abandono impediu de continuar a tentar alcançar o quarto triunfo consecutivo na Vuelta, feito inédito no historial da corrida, referiu-se ao sucedido no site da Jumbo-Visma, criticando o adversário britânico por ter feito um movimento arriscado com a bicicleta.

“Aquilo não foi correto e não deveria ter acontecer. As pessoas seguem em frente como se nada tivesse acontecido. Para mim, isso não se aplica. Não é assim que quero que o desporto continue e quero deixá-lo claro. Tive algum tempo para colocar as ideias em ordem. Perguntava-me: como é que foi possível? A minha conclusão é que a forma como esse acidente aconteceu é inaceitável”, começa por afirmar o corredor de 32 anos.

“Nem todos viram bem o que aconteceu. O acidente não foi causado por uma estrada em mau estado ou falta de segurança, mas pelo comportamento de um ciclista. Não tenho olhos nas costas… Caso contrário, ter-me-ia afastado. Wright veio por trás, passou de rompante e arrancou o guiador das minhas mãos antes que me apercebesse sequer que estava a ultrapassar-me tão próximo de mim”, explica Primoz Roglic, que diz sentir-se “ligeiramente melhor” das mazelas da queda, ainda que desconheça se poderá voltar a competir em 2022.

Estas declarações de Roglic remetem para outros acidentes graves causados ​​por movimentações perigosas dos corredores, como, por exemplo, o terrível incidente entre Fabio Jakobsen e Dylan Groenewegen há dois anos ou a queda coletiva na Liège-Bastogne-Liège, em abril, que envolveu Julian Alaphilippe.

Todavia, Fred Wright não demorou a responder às críticas do esloveno, considerando-as ”desagradáveis”. O velocista da Bahrain Victorious reagiu nas redes sociais para assumir-se “dececionado”.

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“Não creio ser justa essa afirmação, as imagens mostram que foi um incidente de corrida. Enviei-lhe uma mensagem após a corrida a perguntar-lhe estava bem. Tive muita dificuldade em ler esta declaração e estou dececionado” […], disse o corredor de 22 anos.

“A minha equipa e eu revimos as filmagens e não cremos que tenha nada de errado. Primoz é um corredor fantástico e entendo que está muito desapontado. Simpatizo com ele, mas tenho certeza que voltará em forma. Tenho recebido muitas mensagens maldosas, mas só considero as positivas”, conclui Fred Wright, que tem estado em evidência pelos bons desempenhos desportivos nesta Vuelta e já renovou o contrato com a Bahrain Victorious.

Neste contexto em que a segurança dos corredores é um tema de discussão, Richard Plugge, CEO da Jumbo-Visma, veio apoiar as declarações do seu corredor, Primoz Roglic.

“Temos razão ao falar da perigosidade dos percursos, como aconteceu com a banda sonora na fase final da etapa da Volta a Burgos. No entanto, pesquisas mostram que o comportamento do ciclista é responsável por acidentes em quase metade dos casos. Não é uma questão de travagem, mas, pelo contrário, de forçar. Não me surpreende, porque todos querem vencer. Quero dizer… trave-se e use-se o cérebro. Estou satisfeito por Primoz ter expressado a sua opinião sobre o acidente, que venha por o dedo na ferida e que aponte o comportamento dos corredores”, concluiu o responsável máximo da equipa neerlandesa.

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