Com vinte vitórias no currículo, Tadej Pogacar construiu uma temporada de 2025 que já ficou para a história. Mas por detrás desta impressionante lista de conquistas esconde-se uma verdade bem menos óbvia: o seu quarto título na Volta a França quase não se concretizou. O esloveno reconheceu-o durante o Pogi Challenge, evento que organizou este domingo no seu país natal.

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Foi a meio da terceira semana do Tour que tudo aconteceu. “Queria muito ganhar uma etapa nos Alpes. Principalmente no Col de la Loze, para me vingar do meu colapso dois anos antes”, explicou no podcast da rádio pública eslovena. “Mas as coisas não correram como planeado…”

O momento crucial surgiu no dia seguinte à etapa do Mont Ventoux. “No dia seguinte ao Mont Ventoux, tive problemas no joelho e estava realmente na dúvida se conseguiria continuar. O tempo estava terrível, muito frio. O meu corpo estava em choque; não estava no meu melhor. Pensei que não conseguiria chegar a Paris”

Entre as dores e as condições terríveis, Pogacar confessou ter atingido os seus limites: “Já estava farto de tudo, não me sentia mesmo no meu melhor. Mas acho que qualquer corredor que já tenha participado numa grande Volta sabe que três semanas não é pouca coisa. Depois da primeira semana já se está cansado, e depois vêm mais duas.”

Apesar das dúvidas, apesar do frio, apesar das dores, o campeão do mundo recusou-se a ceder. O resto é história: Pogacar seguiu em frente até à linha de meta e consolidou ainda mais o seu lugar na lenda ao vencer a sua quarta Grand Boucle. “O Tour é um mal necessário para qualquer equipa”, disse com lucidez.

‘Paris-Roubaix é a corrida mais bonita em que já competi’

Além do Tour, Pogacar refletiu sobre as suas ambições e frustrações: “Estive perto de vencer várias vezes a Milão-Sanremo, mas se quero vencâ-la também preciso de um pouco de sorte. Corri a Paris-Roubaix pela primeira vez e terminei em segundo. Vi que tinha potencial e que podia vencer, mas será muito difícil. O desejo é imenso e é o que me vai impulsionar por mais alguns anos.”

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Pogacar não esconde o seu fascínio pelo Inferno do Norte, que descreve com palavras impactantes: “Paris-Roubaix é a corrida mais bonita em que já competi, mesmo sem as subidas. Até à curva em que caí, a minha média de watts foi a mais alta de toda a temporada.”

Longe dos pódios e dos flashes, Pogacar admite que tem de se desligar do ritmo infernal do calendário: “Como é que vou passar a pré-época? As férias a sério chegam muito tarde, só em Novembro. Prefiro ficar em casa, sobretudo com a minha família, com o Urska. Estes dias livres, quando estamos juntos, passam demasiado depressa.”

E para aqueles que acham que o seu domínio torna as corridas aborrecidas, ele responde simplesmente: “Não posso culpar ninguém, nem dizer às pessoas para gostarem de me ver correr.”

Crédito da imagem: LeTour/ASO 

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