A Podium Events acusou a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) de “falta de decoro e lealdade”, dizendo que soube do fim antecipado do contrato da Volta a Portugal através dos patrocinadores.

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Segundo um comunicado assinado pelo administrador Vasco Empis e enviado à agência Lusa, “a Podium ficou a saber desta decisão da FPC por alguns dos nossos patrocinadores, que foram contactados pela Federação, provavelmente já com objetivos comerciais. Isso demonstra falta de decoro e lealdade por parte da FPC”.

A empresa lamenta “profundamente” a atitude da Federação, que decidiu na segunda-feira terminar “com efeitos imediatos” o contrato de concessão da Volta a Portugal, em vigor desde 2017, um ano antes do prazo previsto, alegando “incumprimento” por parte da organizadora.

A Podium recorda que alertou “de forma contínua e fundamentada” a FPC sobre os efeitos da pandemia de covid-19 e dos casos de doping, que “alteraram de forma substancial e permanente o equilíbrio” do contrato. A empresa diz ter pedido “várias vezes” uma revisão justa do acordo, “para garantir condições equilibradas para ambas as partes”.

A Podium também acusa a FPC de não conseguir “prevenir e mitigar os graves problemas do doping”, lembrando casos recentes envolvendo os ciclistas Delio Fernández, Venceslau Fernandes e António Carvalho, além das denúncias feitas por José Azevedo após a última Volta. Segundo a empresa, a Federação “tem-se mantido indisponível para um diálogo construtivo”.

A organizadora afirma ainda que tem assumido “de forma consistente e em benefício direto da FPC e do ciclismo” custos e responsabilidades “muito acima” do previsto no contrato, o que exigiu “um esforço financeiro e operacional adicional”.

A Podium diz que pediu várias vezes ao presidente e à direção da FPC uma reunião “para verificar e conciliar os saldos e responsabilidades financeiras entre as partes”, mas que a Federação “recusou sistematicamente realizá-la”, apesar da importância do encontro para “apuramento definitivo do saldo contratual”.

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A empresa também afirma não reconhecer a “alegada dívida” apontada pela FPC, presidida por Cândido Barbosa, por “falta de base factual e de validação conjunta”. Diz ainda que não existe “qualquer fundamento jurídico ou contratual” que justifique a decisão da Federação e garante que vai usar “todos os meios ao seu dispor” para defender os seus direitos e interesses.

Na segunda-feira, a FPC justificou a sua decisão — que inclui também a Volta ao Alentejo e a Volta a Portugal do Futuro — como uma forma de “defender o interesse público, o ciclismo português e a própria Volta a Portugal”.

A Federação acrescentou que, embora a Podium se mostrasse disponível para “um novo modelo de organização”, não promoveu “nenhuma iniciativa amigável para resolver os problemas existentes”.

Por fim, a Podium critica ainda a FPC por ter “limitado ao longo dos anos” o seu trabalho em “questões importantes de valorização desportiva”.

Crédito da imagem: Volta a Portugal

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