Embora tenha já havido ao longo do tempo algumas tentativas de colocar o uso de pneus tubulares em BTTs de competição, a verdade é que se trata de um tipo de pneu que hoje encontramos quase em exclusivo em bicicletas de estrada. Ah, e também no ciclocrosse e na pista.

PUB
Cube Stereo ONE

Por outro lado, o tubeless cada vez ganha mais terreno em todas as categorias. Ainda assim, há um conjunto relativamente alargado de ciclistas que continuam a render-se aos benefícios do sistema tubular. Mas quais são esses benefícios? E os inconvenientes? Está tudo aqui.

Pneus tubulares: vantagens

1. Mais consistência

Com a incorporação de larguras maiores nos pneus, um tubular manterá uma consistência maior em relação a essa mesma largura do pneu, já que esta será, por norma, a mesma largura da roda.

2. Menos deformação

PUB
KTM

O tubular tem uma menor deformação de perfil. Podemos pensar que, num pneu tubular, o “tubo” interior (a câmara de ar, no fundo) surge cosido dentro da carcaça do pneu, oferecendo desta maneira uma secção transversal completamente redonda.

Esta característica de fabrico faz com que a quantidade de borracha da carcaça (não da banda de rodagem) seja distribuída por igual em toda a secção. Ou seja, a espessura é constante ao longo de todo o pneu, por isso a flexão é uniforme e o comportamento perante buracos na estrada, por exemplo, é mais homogéneo.

3. Superfície de contacto uniforme

Toda a secção/superfície de contacto é redonda e, juntamente com a menor deformação, faz com que a banda de rodagem entre em contacto com o asfalto da mesma maneira (ao ser “redondo”).

Assim, seja qual for o ângulo de inclinação da bicicleta, aumenta a aderência e a sensação de segurança que o ciclista terá.

PUB
KTM

4. Personalização via ajuste de pressão

Há maior possibilidade de personalização do comportamento dos pneus através do ajuste da pressão. Um tubular, ao estar “fechado” e preso à roda, permite usarmos pressões muito baixas (no ciclocrosse, por exemplo, dá bastante jeito), já que não existe tanto risco de o pneu ficar demasiado vazio, tal como acontece com os pneus com câmara.

Também há menos probabilidade do desaparecimento de ar típico do sistema tubeless (o ar vai saindo ao longo da volta, eventualmente, e até mesmo ao longo dos dias em que a bicicleta fica parada.

Por outro lado, este tipo de pneu permite usarmos pressões muito altas: como o pneu é bastante flexível, a pressão alta não reduz a comodidade, em teoria, continuando a disponibilizar uma boa absorção de irregularidades.

5. Peso reduzido

A construção tanto dos pneus como das rodas faz com que o sistema tubular seja bastante leve.

PUB
Prototype

Pneus tubulares: desvantagens

6. Montagem complicada

A montagem, como o pneu é colado na roda, dificulta a operação de substituição, isto quando comparada com a dos outros tipos de pneus. Além de que a secagem do tipo de cola utilizado costuma precisar de 24 horas ou mais.

7. Reparação em caso de furo

Não será fácil… A câmara de ar está cosida dentro do pneu, por isso será necessário descoser as costuras, colocar um remendo (ou algo equivalente) e voltar a coser. O mais fácil (e caro) é substituir tudo.

Com a proliferação dos líquidos anti-furo, talvez seja uma boa ideia usar esta substância também num pneu tubular, visto que esta é uma técnica auto-reparador muito eficaz nos tubeless.

8. Trocar de rodas…

As rodas compatíveis com pneus tubulares geralmente não surgem instaladas de série nas bicicletas. Isto significa que quem desejar usar pneus tubulares terá de fazer upgrade também à rodas, à partida.

Vídeo da Vittoria a explicar como se monta um pneu tubular:

How to apply Mastik Pro

Nota da redação: Este artigo tem como principal fonte de informação e inspiração um dos conteúdo existente nos “Vittoria White Papers”, uma série de documentos que esta marca de pneus disponibiliza para que “técnicos especializados, equipas, especialistas e curisosos de ciclismo fiquem a saber mais sobre pneus”, refere a própria marca.

Também vais querer ler…

Capas para sapatos: 7 vantagens e desvantagens!

Artigo redigido por José Escotto e editado por Jorge Lopes. Caso detetes algum erro ou tenhas informação adicional que enriqueça este conteúdo, por favor entra em contacto connosco através deste formulário.


Fotos: Vittoria Tyres // Cannondale

Também vais gostar destes!