Remco Evenepoel chegou ao Mundial de Estrada em Kigali com ambições claras: repetir o feito do contrarrelógio e conquistar a dobradinha. No entanto, apesar de um desempenho combativo, foi novamente Tadej Pogacar a brilhar, com um ataque demolidor que o levou isolado até à meta. 

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Evenepoel ainda tentou responder, colando-se ao esloveno durante cerca de trinta segundos, mas os problemas mecânicos e o desgaste acabaram por fazer a diferença. Pogacar cortou a meta com 1’28’’ de vantagem sobre o belga, que não escondeu a desilusão no final. 

“Vim aqui para conquistar a dobradinha. Senti-me muito bem, mas hoje o destino reservou-me outro resultado. Ainda é muito positivo. Como disse, vim pela dobradinha, senti-me capaz de tirar a vitória ao Tadej. Mas aí, os perigos da corrida acontecem. Sabemos que é um desporto automóvel: tudo tem de ser perfeito para ser campeão do mundo. No geral, devo estar muito feliz. Tivemos uma grande semana”. 

A corrida de Evenepoel foi marcada por vários contratempos, que começaram perto de Monkey Valley, uma das subidas mais exigentes do traçado ruandês. 

“Pouco antes de Monkey Valley, o meu selim caiu completamente. Bati num buraco na estrada e, na subida, a minha posição mudou completamente. Comecei a sentir cãibras na parte de trás das pernas, a minha pedalada estava fraca… Quando o Tadej atacou, consegui segui-lo durante cerca de trinta segundos, mas depois fiquei completamente tenso. Tive de lutar até ao topo e sabia que uma bicicleta estaria à minha espera na zona de alimentação. Então, disse a mim mesmo: ‘Aguenta firme até lá’.” 

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A situação agravou-se com uma troca de bicicleta que não correu como previsto. A terceira bicicleta de reserva não estava configurada da mesma forma, o que causou dores e obrigou a novo atraso. 

“Pedi à minha equipa para ir o mais rápido possível, porque tinha de trocar de bicicleta na linha de chegada. Fizeram um trabalho perfeito. Mas a minha terceira bicicleta não estava configurada da mesma forma: o selim não tinha o mesmo ângulo e a minha zona lombar começou a doer rapidamente. Dei uma volta completa com ela, mas a cada quilómetro era mais doloroso. Tive de a trocar também, mas naquele momento havia um bloqueio e tive de esperar muito tempo pelo carro. E sem rádio, é impossível avisar. Isto faz parte da corrida, infelizmente.” 

Apesar do segundo lugar, Evenepoel mantém-se focado e ambicioso. Os Campeonatos da Europa são agora o próximo grande objetivo — e a única camisola que ainda lhe falta. 

“O Europeu? Toda a gente sabe que é a única camisola que me falta. Ainda não terminou: faltam dois Campeonatos da Europa (contrarrelógio e corrida de estrada) e a Volta à Lombardia. Para já, estou numa boa fase e espero mantê-la por mais duas semanas. A competição ainda estará muito forte na próxima semana, e não será só o Pogacar. Mas toda a gente sabe que esta é a única camisola que me falta. Para além do Campeonato do Mundo, o Campeonato da Europa está claramente no topo da minha lista esta temporada.” 

Crédito da imagem: UCI_Cycling/X – https://x.com/UCI_cycling/status/1972296178785198086/photo/1

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