Mattias Skjelmose: “Disseram-me que seria o único líder…”

Com a chegada de Juan Ayuso à Lidl-Trek, Mattias Skjelmose teve de rever os seus planos para a próxima temporada.

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Apesar de um início conturbado na relação, marcado por uma declaração infeliz do dinamarquês à imprensa, parece ter sido alcançado um acordo.

O vencedor da Amstel Gold Race anunciou na sexta-feira, durante o dia de imprensa da equipa em Espanha, que será o líder da Lidl-Trek nas clássicas das Ardenas e apoiará o espanhol na Volta a França.

Quais são os seus objetivos para a época de 2026?

As clássicas das Ardenas e o Campeonato do Mundo. Vou disputar o Tour, mas não é o meu principal objetivo; vou ajudar o Juan Ayuso. A equipa veio e mostrou-me o meu programa, e disseram-me que eu poderia ser o líder da equipa nas clássicas das Ardenas se apoiasse o Juan no Tour. Tinham dito que eu seria o líder, mas aceitei.

Considerou isso depois da sua vitória na Amstel Gold Race no ano passado?

As clássicas das Ardenas sempre foram as minhas provas preferidas, mas sempre quis ajudar a equipa, e ainda tenho contas a ajustar com a Liège-Bastogne-Liège, por isso espero poder progredir no próximo ano.

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Como foi vencer os dois alienígenas do ciclismo moderno?

Foi especial. Eu não esperava. Acho que ninguém estava à espera quando a corrida começou. É algo que me deixa feliz e que me vai dar muita motivação para os próximos anos. Só assisti aos últimos dez quilómetros uma vez. Normalmente não gosto de rever as minhas provas, mas esta foi demasiado especial para não rever. É um dia que não vou esquecer. Para já, este é o maior resultado da minha carreira — a própria corrida, claro, mas também o facto de ter vencido o Remco (Evenepoel) e o Tadej (Pogacar) na meta.

Venceu o Tadej e o Remco. Existe também algo na sua mente, uma mudança mental, que o deixa mais confiante quando compete nas mesmas provas que eles?

Acho que em 49 em cada 50 vezes me ganham. Mas acho que o que percebi na Amstel Gold Race é que se tiver um dia em que tudo corre bem, desde o quilómetro zero até à chegada, e eles cometerem alguns erros, tenho uma hipótese. Sei que se fizerem tudo na perfeição, e eu também, será missão impossível. Mas se fizer o máximo de coisas perfeitamente possível, uma hora ou outra terá uma oportunidade.

Já considerou correr por outra equipa além da Lidl-Trek?

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Não, de momento. Estou feliz onde estou. Já disse várias vezes que considero este grupo como a minha família. Por agora, não me imagino noutro lugar.

Os seus problemas físicos ficaram para trás?

Não ficaram atrás. E decidimos não fazer a cirurgia. Porque não é uma cirurgia de alto risco, mas pode ser arriscada. Falei com bons médicos. Disseram-me que é bom fazer exercício e controlar a dor. Disseram que se conseguir controlar a dor uma vez por ano, é muito melhor do que fazer uma cirurgia. É isso que vou fazer. Passo muito tempo no ginásio todos os dias. Por enquanto, a dor passou. Espero que continue assim.

Vai participar na Volta a Flandres?

Não este ano. Em algum momento da minha carreira, gostaria de participar com o Mads. Também preciso de organizar o horário, e acho que é difícil quando se quer fazer um período de treino em altitude entre a Paris-Nice e a Volta ao País Basco. É uma prova especial, e acho que a forma como está organizada a torna mais difícil a cada ano, mas acredito que isso me pode ajudar.

E como está a sua química com o Juan Ayuso?

Só falámos duas vezes desde que ele chegou. Acho que é um tipo porreiro. Está um pouco nervoso, como eu, em relação ao equipamento e à otimização. Estou feliz; acho que nos podemos complementar. Acho que vamos ter uma boa relação. Precisamos de construir um relacionamento, com certeza. Precisamos de conhecer os pontos fortes e fracos um do outro.

Crédito da imagem: LeTour ASO/X

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