Uma época recordista, domínio desportivo e profunda reflexão. Em 2025, a UAE Emirates-XRG atingiu patamares inéditos, nomeadamente com a quarta vitória no Tour nos últimos seis anos.

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Em entrevista à Marca, o diretor-geral Joxean Fernández Matxín reflete sobre uma temporada “notável, mas não perfeita”, a importância de manter o equilíbrio da equipa em torno de Tadej Pogacar e a crescente importância da saúde mental num cenário do ciclismo em rápida transformação.

“Ganhar é difícil, mas o mais difícil é ajudar todos a crescer sem perturbar o equilíbrio”, insiste Joxean Fernández Matxín, para quem o desempenho já não pode ser separado do factor humano. Tal como ciclistas como Jonas Greengard, que falou recentemente sobre a necessidade de pausas ou mudanças para preservar o seu bem-estar, o diretor-geral espanhol acredita que o pelotão está a sofrer uma profunda evolução.

“Os jovens corredores de hoje estão muito mais conscientes do que querem e do que não querem. Têm acesso a uma enorme quantidade de informação, por vezes até antes de terem a experiência. Isto pode ser visto como um problema, mas também como algo positivo”, analisa.

Segundo o mesmo, estas decisões não devem ser julgadas coletivamente. “São escolhas muito individualizadas. É preciso compreender cada situação. Antes, aprendia-se apenas com a experiência. Hoje, aprende-se também com a informação, e isso muda completamente a forma como os ciclistas encaram as suas carreiras.”

Do ponto de vista desportivo, este foco no equilíbrio não impediu a UAE Emirates-XRG de ter uma temporada histórica. “Ganhámos 17 corridas por etapas, com 20 ciclistas diferentes, e alcançámos 41.000 pontos, um recorde absoluto”, salienta Matxín, recusando-se, no entanto, a apelidar a temporada de perfeita. “Foi notável, mas não excecional, porque o que é excecional é a perfeição, e algumas vitórias escaparam-nos.” 

 Liderada por um omnipresente Tadej Pogacar, a equipa não se quer concentrar apenas no seu líder. “Pogacar marca uma era, mas sem os seus pontos e vitórias, ainda seríamos os número um. Isso demonstra que a equipa é sólida e que aqueles que vêm depois dele se desenvolvem”, enfatiza, justificando também a abordagem cautelosa em relação ao calendário de provas.  

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“Não queremos gerar expectativas com a Vuelta se não soubermos realmente como se desenrola. O mais importante é continuar a progredir sem nos acomodarmos”, conclui Matxín, fiel a uma visão sustentável do desempenho. 

Crédito da imagem: LeTour ASO/X

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