O treino de ciclismo indoor, para quem está a começar, tem ganho espaço e interesse. Isto porque responde a problemas reais: falta de tempo, falta de consistência e dificuldade em evoluir quando cada treino depende do trânsito, do clima ou do grupo certo.

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Pedalar em casa pode eliminar essas variáveis e obriga o ciclista a confrontar-se com o essencial: esforço contínuo, controlo de intensidade e disciplina. É exatamente por isso que os treinos em casa podem funcionar bem; e, ao mesmo tempo, é por isso que tanta gente falha neste “plano”.

Ao contrário da estrada, o ciclismo indoor não oferece grandes momentos. Não há descidas para recuperar, não há uma roda para seguir e esconder o cansaço, não há pausas implícitas.

Quando o treino pede uma determinada intensidade, ela mantém-se estável do início ao fim. Para quem está a começar no ciclismo, esta realidade pode ser desconfortável; mas lembramos que pode também ser este um dos maiores aliados da evolução.

Erros comuns

O erro mais comum de quem começa a treinar nos rolos é tratar o treino indoor como um teste de sofrimento. Treinam demasiado forte, demasiado cedo, inspirados por planos avançados que não correspondem à sua realidade física.

O resultado é previsível: fadiga acumulada, quebra de motivação e abandono. Duas a três sessões por semana são suficientes para criar adaptação, desde que exista uma lógica clara.

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A base do treino de rolo para quem está a começar deve ser o trabalho contínuo a intensidade baixa a moderada. Este tipo de esforço, muitas vezes subvalorizado por ser pouco “emocionante”, é o que constrói resistência, eficiência e capacidade de recuperação.

Com o passar do tempo e após uma adaptação inicial, é possível introduzir variações e séries de forma controlada. Pequenos blocos de intensidade moderada, intercalados com períodos fáceis são mais do que suficientes para estimular progressos numa fase inicial.

Curta duração e treinos intervalados ajudam na motivação?

Em termos de duração, o treino indoor para quem está a começar deve ser contido. Treinos entre 30 e 45 minutos são suficientes para gerar um estímulo relevante, desde que a intensidade seja adequada.

Treinos mais longos, feitos apenas para cumprir tempo, aumentam a fadiga sem acrescentar benefícios proporcionais.

Os sinais de progresso são claros quando o processo é bem conduzido. A mesma intensidade começa a parecer mais fácil, a recuperação melhora e o controlo do esforço torna-se mais intuitivo.

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Quando isso acontece, não significa que o treino esteja fraco, significa que o corpo está a adaptar-se. É precisamente essa adaptação que permite, mais tarde, aumentar carga com segurança.

O rolo não substitui a estrada… complementa!

O treino indoor não substitui a estrada, nem deve ser visto como um mundo à parte. Funciona melhor como complemento. Pode dar estrutura, criar disciplina e permite trabalhar de forma específica aquilo que muitas vezes é negligenciado no exterior.

Quem combina treino indoor com saídas na estrada de forma inteligente poderá evoluir mais rápido e com menos frustração.

Crédito das imagens:
Cycplus/ Unsplash

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