Num dia que ficará gravado para sempre na história do ciclismo, uma jovem de 24 anos deu um passo gigante para além das expectativas e entrou no panteão dos imortais do desporto. Magdeleine Vallieres, até agora uma quase desconhecida no cenário mundial, surpreendeu tudo e todos ao conquistar o título de campeã mundial de fundo em Kigali, tornando-se a primeira canadiana a vestir a lendária camisola arco-íris.

PUB
Mondraker Arid Alloy

O calor de África, o traçado exigente de 164,6 quilómetros e as curvas duras do circuito de Kigali foram palco de uma reviravolta que poucos ousariam prever. Enquanto os olhos do mundo estavam voltados para nomes como a francesa Pauline Ferrand-Prévot ou a neerlandesa Demi Vollering, Vallieres escolheu acreditar. Acreditar que um sonho impossível pode ser alcançado com coragem, audácia e coração.

Foi na penúltima volta, a mais de 30 quilómetros da meta, que tudo começou a mudar. As favoritas hesitaram, calcularam em demasia — e o destino sorriu a quem ousou atacar. Magdeleine fez parte de um grupo que se destacou, mas foi a poucos quilómetros da meta, com o coração a bater mais alto que as pernas, que decidiu ir sozinha. Uma fuga solitária, num cenário quase cinematográfico.

Cruzou a meta em lágrimas, em choque e em glória

Com o tempo de 4:34.48 horas, Vallieres conquistou não apenas o ouro, mas a admiração de todos. Atrás dela, a neozelandesa Niamh Fisher-Black ficou com a prata, a 23 segundos. A espanhola Mavi García, com os seus 41 anos de persistência e paixão, fechou o pódio, a 27 segundos da nova campeã.

As grandes favoritas? Chegaram tarde demais. Ferrand-Prévot, vencedora da Volta a França feminina e campeã olímpica de XCO, foi apenas 16.ª. Vollering, ainda com força para terminar em sétimo, ficou a 1:34 da canadiana que ninguém viu chegar… até que chegou. E chegou para ficar.

A anterior campeã, a belga Lotte Kopecky, ausente por lesão, passou simbolicamente o testemunho a quem, até há poucas horas, apenas sonhava com a honra de competir entre as melhores. Hoje, Vallieres não competiu apenas — ela venceu.

PUB

Também o futuro deu sinais promissores nesta jornada dedicada às mulheres: a jovem espanhola Paula Ostiz, de apenas 18 anos, sagrou-se campeã mundial júnior, numa chegada ao sprint onde bateu a italiana Chantal Pegolo e a suíça Anja Grossmann. Uma nova geração desponta — com a garra que define as campeãs.

Classificação

Crédito da imagem: UCO_Cycling/X – https://x.com/UCI_cycling/status/1971963638165786788/photo/1

Também vais gostar destes!