É a notícia do momento no ciclismo, o assunto sobre o qual todos falam, com expectativa e justificadas dúvidas. As poderosas Jumbo-Visma e Soudal-Quick Step poderão estar à beira da fusão, uma operação que revolucionaria o WorldTour.

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Mas ainda nada é oficial. As notícias multiplicam-se. Algumas não passam de rumores, porque não são confirmadas ou foram mesmo desmentidas pelos intervenientes.

É o caso da mais recente, que envolve o diretor geral da Soudal, Patrick Lefevere, que teria sido visto no serviço de corridas da Jumbo na última segunda-feira, e no dia seguinte responsáveis da equipa neerlandesa teria-se-iam encontrado nos Países Baixos com homólogos do fabricante de bicicletas Specialized, fornecedor da formação belga. Sinais que, a serem verdadeiros, indiciariam que algo estaria a acontecer…

No entanto, Lefevere nega perentoriamente ter estado nas instalações da equipa (ainda) rival. “Isso é uma grande estupidez, uma imbecilidade. Nunca estive no serviço de corrida da Jumbo-Visma, nunca! Só estive nas instalações dessa equipa quando lançaram o seu serviço de corrida virtual”, respondeu o belga na rede social X (Twitter).

Lefevere tranquiliza funcionários

Este eventual acontecimento, ou devaneio, seguiu-se a Patrick Lefevere ter enviado por mail um comunicado oficial, escrito na primeira pessoa, a cada um dos corredores, funcionários e colaboradores, com o objetivo de tranquilizá-los sobre as últimas incidências.

“Estou a escrever-lhe sobre as notícias que viu recentemente nos media. Posso imaginar que lhe causou alguma incerteza, pela qual peço desculpas. Houve conversas entre várias partes nos últimos meses, porque sempre estive aberto ao diálogo com qualquer pessoa que eu considere que poderia investir na nossa equipa e ajudar-nos a seguir em frente. Isso nunca foi segredo. Ao contrário da informação divulgada, não há projetos ou planos concretos neste momento. Se isso mudar, será informado”, pode ler-se na mensagem do dirigente.

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Specialized Levo

“Entretanto, peço a todos que continuem a demonstrar o espírito de equipa e a solidariedade que a nossa equipa representa. Estamos no final de uma longa temporada, mas ainda temos uma série de objetivos para tornar este mais um ano inesquecível. Esta mensagem é confidencial e deve abster-se de falar sobre este assunto a pessoas externas e aos meios de comunicação social”, concluiu Patrick Lefevere no referido email, que, contrariando a vontade do chefe da Wolfpack, teve fuga para a comunicação social.

A eventual fusão Jumbo e Soudal preocupa alguns observadores, como o ex-corredor da Quick-Step Philippe Gilbert, que postou uma mensagem crítica nas suas redes sociais. “É um novo episódio da fusão da Decolef [empresa detida em grande parte por Zdenek Bakala, na qual Patrick Lefevere também tem ações e de que a Soudal-Quick Step faz parte]. Essa fusão entre a Decolef e a equipa de Richard Plugge teria consequências catastróficas na economia do ciclismo profissional. Como é que o público em geral perceberia se uma coisa dessas sucedesse?”, questionou o antigo campeão mundial.

O ex-selecionador de França, Cyrille Guimard, não acredita no negócio, mas não descarta outro… “Uma coisa é certa, é que as coisas vão acontecer. É provável que haja uma fusão entre equipas, mas não entre duas que, juntas, têm 50 corredores com contrato. Há coisas que, matematicamente e financeiramente, parecem difíceis. Já menos complicado seria uma fusão entre a Soudal e a Ineos Grenadiers, já que os britânicos têm apenas quinze atletas sob contrato. São duas equipas em declínio, seria muito mais legítimo e lógico que se juntassem”, opinou o francês, antigo diretor desportivo das equipas Renault, Systém-U, Castorama ou Cofidis, e atual comentador de ciclismo.

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Imagens: Soudal-Quick Step e Jumbo-Visma Twitter

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