Sprint, alta velocidade, muito perigo, muito trabalho para as equipas colocarem o seu ciclista na melhor posição para disputar a vitória. Porém, quando algo falha neste último aspeto, dá jeito ter um dos melhores do mundo a sprintar.

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Liv Devote

Para quem gosta de ciclismo, ver o que Caleb Ewan fez na terceira etapa da Volta a França é um daqueles momentos que se sabe que no final da corrida vai fazer parte do best of. Foi simplesmente fenomenal. Para quem não segue tanto esta vertente, fica o conselho para ver o vídeo de como o pequeno australiano contornou tudo e todos para vencer em Sisteron.

Uma ajuda, é o ciclista de capacete vermelho e o melhor é esperar pela repetição, pois a imagem de helicóptero mostra a velocidade e a forma como Ewan manobrou a bicicleta.

Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) e Giacomo Nizzolo (NTT) não são exatamente ciclistas lentos e ainda devem estar a tentar perceber que foguete passou por eles. Sam Bennett parecia estar encaminhado para finalizar em grande o intenso trabalho da Deceuninck-QuickStep para ajudar a vencer a que seria a primeira etapa no Tour do irlandês. Contudo, apesar da vantagem nos últimos cem metros, foi ultrapassado.

E há que destacar que, apesar da Lotto Soudal ter feito tudo para colocar Ewan na melhor posição possível para o sprint, o australiano “perdeu-se” dos companheiros. Porém, resolveu a situação em grande estilo e nem o vento de frente o abrandou.

Ewan cortou a meta com alguma vantagem sobre Sam Bennett, numa recuperação espetacular do australiano © ASO

O Tour é cada vez mais a sua corrida

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Caleb Ewan surgiu na então Orica GreenEDGE, atual Mitchelton-Scott, e destacou-se pela forma peculiar como sprintava. Deitado em cima do guiador, o pequeno australiano começou a somar vitórias e não se intimidava nem um bocadinho ao lado de sprinters com constituições físicas bem diferentes.

Ewan só tem 1,65 metros, mas potência não lhe falta. Com a equipa australiana a querer apostar na luta pela geral na Volta a França, o sprinter mudou-se em 2019 para a Lotto Soudal, para ocupar a vaga do super vencedor André Greipel. Rapidamente fez esquecer o alemão e na estreia no Tour ganhou três etapas, incluindo a mítica dos sprinters, nos Campos Elísios. Só tem 26 anos, mas já pode dizer que ganhou etapas em todas as grandes voltas (uma na Vuelta e três no Giro).

A corrida deste ano nem começou bem para Ewan e para a equipa. O ciclista caiu na primeira etapa, assim como John Degenkolb e Philippe Gilbert. O alemão terminou fora do tempo limite e foi excluído pelos comissários, o belga fraturou a rótula e não partiu para a segunda tirada.

Não surpreendeu por isso a forma de celebrar de Ewan, como que a libertar alguma pressão e frustração que estaria a acumular nos últimos dois dias. O australiano parece ter sido feito para o Tour. Já são quatro vitórias em apenas duas participações e esta Volta a França ainda vai no início.

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