Diretor da QuickStep diz que Evenepoel tem o ego “amachucado”

Patrick Lefevere insiste que a participação de Evenepoel na corrida italiana foi uma decisão acertada, apesar de o corredor se ter apresentado à partida sem qualquer competição esta temporada, e na sequência da longa e complicada recuperação (oito meses) de uma lesão grave (fratura na pélvis), devido à violenta queda sofrida no Giro da Lombardia em agosto de 2020.

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“O ego do Remco foi afetado, está amachucado”, disse o diretor da Deceuninck-QuickStep no segundo dia de descanso do Giro, na última terça-feira, de acordo com o jornal belga Het Laatste Nieuws. “Aquele menino nunca perdeu. Ganhou tudo nos juniores e os seus primeiros dois anos com os profissionais também foram um enorme sucesso. Esta é a primeira vez que ele perdeu no ciclismo”.

Lefevere, no entanto, explicou que Evenepoel não parece “demasiadamente desiludido”, referindo que a deceção parecia maior após o primeiro revés, na 11.ª etapa, a que incluiu troços em ‘sterrato’ (terra).

O próprio Lefevere também não está (excessivamente) desapontado com o desempenho do seu jovem prodígio. “É claro que esperávamos mais, não vamos negá-lo, mas eu não estava louco quando decidi trazer o Remco. Nunca esqueci que ele não poderia estar à partida do Giro em circunstâncias iguais à dos outros corredores. Em janeiro, ainda estava apenas a fazer natação devido aos contratempos na recuperação da lesão. Treinou na bicicleta apenas três meses. Todos os anos, no início da temporada, faço o mesmo discurso aos meus corredores: ‘Já fui a Lourdes três vezes, mas nunca vi um milagre’. As expectativas não eram realistas”.

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“Não temos o direito de julgar Evenepoel pelo que acontece até agora no Giro. As pessoas com quem falo sobre corridas, e que percebem de ciclismo, todas dizem que isso é normal. O que vemos agora não é a imagem correta: esta não é o verdadeiro Evenepoel”, conclui Lefevere.

A decisão de dar o dorsal de líder da equipa (91) a Evenepoel, em vez de a João Almeida, que foi o anunciado chefe-de-fila, esclareceu Lefevere, foi dos organizadores da prova, e não dele próprio.