Depois de uma época com muito pouco para dizer devido à pandemia, a preparação para 2021 está a ser bem movimentada. É uma autêntica dança de líderes no pelotão nacional. O destaque inevitável é a mudança de Joni Brandão para a W52-FC Porto, depois de ter sido um dos grandes rivais da equipa. Mas há mais novidades.

PUB
Nova Coleção Evoc

Depois de três pódios (dois pela Efapel e um pelo Sporting-Tavira) e de um 2020 em que a Volta a Portugal não lhe correu nada como desejava, Joni Brandão continua a ver escapar-lhe o grande objetivo da sua carreira. Nos seus pódios, viu sempre alguém da estrutura agora com o nome W52-FC Porto vencer. Aos 31 anos, Brandão junta-se assim à equipa que domina o panorama nacional há quase uma década, com oito vitórias consecutivas na Volta a Portugal.

Estará ao lado de Amaro Antunes e João Rodrigues, os dois últimos vencedores da corrida e claro que a grande questão vai ser: quem liderá a formação na Volta? É uma pergunta que quase todos os anos é colocada, mas seja quem for o eleito… tem ganho.

Gustavo Veloso já não entra nesta equação na W52-FC Porto. Adiou o final de carreira por mais uma temporada, decisão anunciada depois de ter sido novamente segundo na Volta a Portugal, atrás do companheiro, Amaro Antunes. Ficou novamente perto de conquistar a sua terceira Volta e quer mais uma tentativa. Porém, chegou a altura de não ter de dividir lideranças. O espanhol – fará 41 anos em janeiro – está de malas feitas para a Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel. Nesta equipa não haverá dúvidas que terá todo o apoio para lutar por aquilo que mais quer.

Gustavo Veloso não terá concorrência interna, porque Frederico Figueiredo vai para a Efapel. Em 2020 teve finalmente a hipótese de ser o líder na equipa algarvia, depois de anos a ter sempre alguém a obrigá-lo a ficar em segundo plano. Ainda assim, foi sempre regular e alcançou bons resultados, por vezes o melhor resultado da equipa, mesmo não sendo a escolha número um.

Esta época, como líder indiscutível, finalmente conquistou a primeira vitória como profissional, aos 29 anos. Ganhou uma etapa e a geral no Troféu Joaquim Agostinho e depois esteve na luta pela Volta a Portugal. Foi terceiro. Sai para uma Efapel que se tem cotado como a segunda equipa mais forte do pelotão, ainda que nem sempre traduza isso com resultados, como aconteceu na última Volta a Portugal.

Porém, Frederico Figueiredo irá partilhar a ribalta com António Carvalho. Foi a figura da Volta da equipa, vencendo uma etapa e nunca escondeu o desejo de um dia lutar pela vitória na geral. Saiu da W52-FC Porto porque percebeu que naquela formação dificilmente seria líder nessa corrida.

PUB
Orbea Genius Dealers

Com a saída de Joni Brandão, Carvalho quererá ocupar a vaga. Mas a Efapel poderá querer jogar com duas cartas – ficou sempre a dúvida se Carvalho não devesse ter tido mais liberdade na Volta deste ano – e talvez assim poder ameaçar novamente a hegemonia da formação azul e branca, como aconteceu em 2019 (Joni Brandão perdeu a Volta no contrarrelógio final).

Com as equipas portuguesas a concentrarem sempre grande parte da temporada numa boa performance na Volta a Portugal, estas mudanças vão proporcionar novos focos de interesse.

Outras transferências

Há mais mudanças a destacar nas equipas nacionais. Sérgio Paulinho está de regresso à LA Alumínios-LA Sport. Em 2004, ano que conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas, estava na LA-Pecol e apesar da atual equipa não ser uma herdeira direta dessa estrutura, o principal patrocinador é o mesmo. Paulinho foi mais um ciclista que adiou a retirada do ciclismo por um ano.

Outro regresso a casa é de Tiago Machado. Deixa a Efapel e vai para a Rádio Popular-Boavista, primeira equipa que representou como profissional em 2005 e onde ficou até 2009, antes de entrar no World Tour.

PUB

Tiago Antunes também deixa a Efapel – esta equipa vai sofrer uma profunda remodelação no plantel -, mudando-se para a Tavfer-Mortágua (atual Miranda-Mortágua), com Pedro Paulinho a seguir o mesmo caminho. Já Rafael Silva acompanha o irmão mais velho de Pedro, Sérgio Paulinho. César Fonte reforça a Kelly-Simoldes-UDO.

Rafael Reis será um dos novos rostos da Efapel, que contratou ainda Fábio Costa e André Domingues, ciclista da Kelly-Simoldes-UDO.

O vencedor da camisola da juventude da Volta a Portugal em 2019, Emanuel Duarte troca a LA Alumínios-LA Sport pela Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel, com Micael Isidoro a mudar de equipas algarvias, pois deixa a formação de Vidal Fitas para juntar-se ao Louletano de Jorge Piedade. O diretor desportivo deverá perder a sua principal figura, com o espanhol Vicente García de Mateos a provavelmente regressar a uma equipa do seu país.

De referir ainda um regresso a Portugal. Ricardo Vilela, 32 anos, assinou pela W52-FC Porto, estrutura que havia representado antes de ir para o estrangeiro (então a OFM-Quinta da Lixa). Esteve dois anos na Caja Rural, outros tantos na Manzana Postobón e outros dois na Burgos-BH, todas equipas do segundo escalão.

Também vais gostar destes!